1939 - 2020
Era conhecida como a dona da Chácara dos Morangos, onde ela os produzia e vendia juntamente com o marido.
Dona Lucia ou Vó Lucia, como era chamada pelos netos, sempre foi uma mulher à frente de seu tempo.
Era uma pessoa carinhosa e forte, que amava a família acima de tudo e estava presente em todas as conquistas de seus filhos e netos, orgulhando-se de seus descendentes.
Com sua voz doce e inesquecível, tornou-se uma contadora de histórias, especialmente sobre a época em que era moça e trabalhava para o Governo, fazendo com que todos parassem para ouvi-la com a sensação de que, nesses momentos, o tempo parava.
Era educada, guerreira, gentil, e tinha o dom de cozinhar como ninguém. “Seu quibe de travessa, sua torta de presunto tipo pizza e seu bacalhau tradicional me trazem lembranças até hoje”, diz o neto Gabriel.
Dona Lucia tinha duas grandes paixões: as novelas de época, das quais não perdia um capítulo e as palavras cruzadas, que carregava consigo até quando atendia os clientes.
Gabriel relembra com carinho e saudade: “Impossível esquecer sua voz e seu grito chamando meu avô: 'Toninhoooooooooo!' Procurando na memória e no coração, ainda é possível escutá-la chamando por ele na chácara — são gritos 'presos no tempo'”...
O marido de Maria Lucia também foi uma das vítimas da Covid-19. Para conhecer um pouco de sua história acesse a homenagem a Antônio Pereira de Souza neste Memorial.
Maria nasceu em Botucatu (SP) e faleceu em Botucatu (SP), aos 80 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo neto de Maria, Gabriel Henrique Ricarelli de Souza. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Maris Eugênia Laurito Summa e moderado por Ana Macarini em 15 de agosto de 2023.