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Marivaldo Amâncio Rodrigues

1959 - 2021

Todos os dias acordava seus seis filhos com um bom-dia reconfortante, pelo aplicativo de mensagens.

Um homem grande, não só no tamanho, mas em virtudes. Tinha também um coração gigante e era bastante sentimental. Sempre que estava feliz abria um sorriso solto, para que todos pudessem ver a sua felicidade.

Marivaldo era tímido, característica sempre revelada nas fotos da família: nunca olhava para a câmera, sempre para outro lado. Como pai, costumava ser reservado, quieto; mas assim que surgia uma oportunidade para que pudesse se abrir, passava horas conversando com os filhos.

Falar dele também é lembrar de suas manias: como deixar escapar um "hum" durante a conversa — independentemente de concordar ou discordar do assunto — e passar constantemente a mão pelos cabelos. Marivaldo nunca cortava totalmente o cabelo, sempre deixava meio comprido; sem falar no bigode, que era uma marca registrada, junto com o sinal que possuía no antebraço direito.

Ele também era conhecido por Vovô de Bigode, Vovô Grande e Vovô Almoço, apelidos carinhosos que ganhou de seus quatro netinhos. O mais novo deles não chegou a conhecê-lo, mas carrega uma das heranças mais valiosas que poderia receber: o seu nome. Sempre que se encontrava com os netos Marivaldo era muito atencioso e carinhoso; seus abraços fortes e "nas alturas" eram sempre gestos de amor para com eles.

Sua fruta favorita era melancia: ele amava! Se pudesse, comia todos os dias. Aos domingos, costumava ir à Igreja, para depois ir tomar um cafezinho com seus pais, com os quais tinha muita proximidade. Cada encontro rendia horas e horas de conversa.

Ele era conhecido como aquele que amenizava, resolvia e dava soluções para quase todos os problemas da família. Dono dos melhores conselhos e de puxões de orelha quando necessário. Era o irmão mais velho e o tio querido.

Seu hobby favorito, claro, era estar pertinho do seu time de coração: o Clube de Regatas Brasil. Garantia sua presença nos jogos, era um torcedor fiel e vivia no CT do Galo — era uma alegria só!

Marivaldo nasceu em Maceió (AL) e faleceu em Maceió (AL), aos 62 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Marivaldo, Michelle Cristina Cabral Rodrigues de França. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Ana Beatriz Rodrigues, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 7 de novembro de 2021.