Nelci Lima dos Reis

1933 - 2020

Nunca soube morar sozinho. Não gostava de ficar só. Para quem poderia contar suas histórias, seus causos?

Homenagem da filha Maria Suziane a seu pai, Nelci:

Nelci, meu pai, gostava da vida e de andar no mundo. Pessoa de pouca formação, mas de muita sabedoria, cursara a escola da vida. Nunca deixava de visitar um amigo ou parente quando lhe dava vontade. A vida é para ser vivida hoje, amanhã podemos não estar aqui.

Marceneiro das antigas, trazia a faina da madeira do meu avô. No interior de São Chico faziam a tarefa comunitária de construir o caixão quando morria alguém. Quando dava tempo desdobravam a madeira numa serra manual, de estaleiro. Se não dava, tiravam as tábuas do galpão da estrebaria e depois repunham com mais tempo.

Gostava muito de viajar, de fandango e de churrasco. Gostava de cavalgadas e também de namorar. Assim ele sempre tinha para quem contar suas histórias e causos.

Meu pai estava certo em viver intensamente cada dia.