1947 - 2020
Lá vem o Sol.
O jornal do dia chegava na porta, enquanto ele estava terminando o café.
O ritual de leitura matutina, sempre na mesma poltrona preta, em um canto da casa, era o portal para Nelson Vitale iniciar seu dia.
Exímio contador, amava os números e os livros. De Miguel de Cervantes a Luís de Camões.
Trabalhava ao som dos Beatles, uma de suas maiores paixões. Sua coleção era toda em vinil.
Sempre arrumado, mesmo que fosse trabalhar de casa, fazia questão do paletó marrom, da calça e sapato social e de começar o trabalho ouvindo Hey Jude.
Filho de italianos, vaidoso até no olfato - gostava dos perfumes amadeirados - sempre gentil e orgulhoso dos 6 filhos que criou.
Nelson viveu intensamente a letra da música que mais amava.
Hey Jude, don't make it bad
Take a sad song and make it better
Remember to let her into your heart
Then you can start to make it better.
Ei Jude, não deixe as coisas ruins
Escolha uma música triste e a melhore
Lembre-se de deixá-la entrar em seu coração
Assim você pode começar a melhorá-la.
Nelson nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em Serra Negra (SP), aos 73 anos, vítima do novo coronavírus.
História revisada por Alana Rizzo, a partir do testemunho enviado por escritor Edson Pavoni, em 20 de julho de 2020.