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Neri Tamborena Martins

1962 - 2020

De sorriso sincero e alma solidária, foi bondade e amor.

Com seu sorriso terno e seu caráter inigualável, Neri dedicou a vida a fazer o bem.

Era mecânico automotivo desde os seus 18 anos. Amava sua profissão. Aliás, era apaixonado por tudo o que fazia e, através de seu trabalho, seu caráter, sensatez e honestidade, cultivou muitos amigos.

Uma de suas atividades favoritas era participar de encontros de carros antigos com o filho Gabriel.

Quando não estava assistindo a algum filme de ação com um de seus filhos, ele adorava reunir as pessoas que amava e com elas passar o seu tempo livre.

Sua união de 33 anos com Vera Lúcia fez nascer, junto com seus filhos Gabriel, Jéssica e Laura, um pai dedicado, carinhoso e exemplar. "Tudo na vida dele era vivido com muito amor e dedicação. Sua maior alegria era a família", afirma a esposa, que complementa: "Ele fazia tudo com amor e não sabia dizer não. Para mim, bondade é a palavra que melhor o descreve".

A filha Jéssica conta que ele era "uma pessoa doce e com muito amor". "Amor" - para ela, essa é a palavra que resume o ser único, carinhoso, companheiro e tão amado que foi seu pai. "Ele deu para nós o amor mais lindo e verdadeiro!", afirma a filha.

Apesar de sua personalidade tímida, não foi em apenas um episódio que o coração solidário de Neri demonstrou toda sua bondade e amor. No nascimento de sua primeira filha, ao chegar à maternidade para visitar a esposa e conhecer sua primogênita, ele deparou-se com outra mãe, uma menina nova, que havia dado à luz pouco antes. Ela estava sozinha, na porta do hospital, com seu bebê nos braços e sentindo muita dor. A jovem pediu ajuda e perguntou se ele poderia levá-la em casa. Neri não apenas a levou, como também comprou todos os remédios receitados pelo médico. “A menina estava com pontos de cesariana e morava em um lugar muito pobre. Nunca me esqueci desse episódio, que me marcou muito”, relembra Vera.

Neri Tamborena tinha ainda muitos planos e projetos para realizar e nunca reclamava de nenhum favor ou ajuda que pedissem a ele. Sempre estava disponível para quem o procurasse, e certamente será lembrado por todas as pessoas a quem acolheu e ajudou em momentos tempestuosos.

"Só posso agradecer por tanto, seguiremos aqui por ti!", finaliza Jéssica.

Neri nasceu em São Leopoldo (RS) e faleceu em São Leopoldo (RS), aos 58 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela esposa e pela filha de Neri, Vera Lúcia Azevedo Martins e Jéssica Azevedo Martins. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin e Amanda Krohn, revisado por Otacílio Nunes e moderado por Rayane Urani em 12 de novembro de 2020.