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Nini Zortéa de Oliveira

1934 - 2020

Sua essência era vista e sentida no jeito leve de levar a vida e no amor que demonstrava pela família e amigos.

Dona Nini tinha esse nome bem diferente, todos acreditavam que era seu apelido e ficavam surpresos ao saber que era seu real nome, ela se divertia com isso e tinha orgulho.

Aos 19 anos casou-se com Ermindo, seu único namorado e marido, na cidade capixaba de Baixo Guandu. Em 1968, o casal se mudou para Formosa do Oeste, no Paraná.

Ao ficar viúva, aos 47 anos, decidiu que não gostaria de um novo relacionamento e que queria dedicar sua vida à família. Assim, foi morar com a única filha, genro e netos.

Era agricultora e, em 1994, resolveu que queria facilitar a vida dos netos e mudou-se com a família para área urbana de Nova Odessa, no interior de São Paulo, onde dizia estar vivendo os melhores anos da sua vida.

Foi incrível nos papéis de mãe, sogra, avó, bisavó e amiga.

Nini adorava viver e queria fazer 100 anos. Até poderia, pois ainda era muito ativa aos 86. Participava do grupo da terceira idade da cidade, onde cantava, dançava, fazia pilates, hidroginástica, jogava bingo e cartas.

Todo domingo ia à missa, era muito querida pela comunidade. Adorava as festas e os almoços promovidos. Fazia questão de participar e ajudar, sempre com um sorriso no rosto. Gostava de levar a vida de uma forma leve.

Mas o que ela mais gostava de fazer era de viajar, visitar os parentes e conhecer lugares novos, o que fazia sempre na companhia da família.

Era carinhosa com todos, deixou muitas saudades e faz muita falta.

Nini nasceu em Itaguaçu (ES) e faleceu em Nova Odessa - (SP), aos 86 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela neta de Nini, Mislene de Oliveira Bezerra Borba. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Ana Macarini e moderado por Rayane Urani em 1 de janeiro de 2021.