1931 - 2020
Um passarinho que vivia assobiando por aí.
Pernambucano, torcedor do Sport e botafoguense roxo, tinha um coração um tanto alvinegro e não perdia um jogo do time da estrela solitária.
Mas, ele próprio, de solitário não tinha nada! Comunicativo e brincalhão, não chegava dando beijos nos netos, mas cheiros e gargalhadas, daquelas mais marcantes e gostosas.
“Seu Dubaba”, como conhecido pela família por um apelido que a esposa Odete o deu, partiu. Sua partida é dura, porque, afinal, coisa boa a gente nunca quer que acabe. Mas tudo o que deixa, tudo o que foi, nunca será esquecido. Sua presença e alegria sempre serão sentidas no mar de Boa Viagem ou quando passar o Galo da Madrugada.
"Com meu avô aprendi que é possível acreditar em uma sociedade mais igual e acessível para todos, aprendi que mamãe nem sempre tem razão, aprendi a dançar forró e a adorar festas de São João", lembra, com tanto amor, a neta Raissa.
Vá brilhar, seu Dubaba, vá voar livremente como um passarinho que sempre assobiou.Vá olhar pela família que fica aqui, orgulhosa de tudo que o senhor foi.
Um cheiro no pescoço e um beijo na careca!
Nivaldo nasceu em Pernambuco e faleceu no Rio de Janeiro, aos 88 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de Nivaldo, Raissa Barros Martins. Este tributo foi apurado por Pedro Lima, editado por Mariana Coelho, revisado por Luiza Carvalho e moderado por Rayane Urani em 31 de maio de 2020.