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Norma Aciole de Souza

1953 - 2020

Ajudava desde quem não tivesse o que comer até quem precisasse de um lugar para dormir.

Quando criança, não gostava do seu nome. Foi ao ouvir, pela primeira vez, a música “Normalista”, de Nelson Gonçalves, que passou a adorar.

Norma teve três filhos e quatro netos. Era viúva e morava com o companheiro. Foi babá, auxiliar de escritório, auxiliar administrativa e secretária.

Adorava cozinhar para a família, ouvir música, ler e escrever, e também ficar com os netos.

Católica fervorosa, rezava muito e sabia as datas dos santos e santas. Generosa, se preciso fosse, deixava de comer para dar a outra pessoa.

Lutou todas as batalhas da vida. Sempre que precisava, podia contar com a filha Janaína, que a levou para o hospital e deu a benção pela última vez: “Sou a filha que perdeu a mãe no Dia das Mães! Sou filha da mãe que partiu deixando o vazio, o silêncio mais gritante e triste desse mundo!”, desabafa Janaína.

Norma era assim como no trecho da música de Nelson: “Minha linda normalista rapidamente conquista meu coração.”

Norma nasceu em Campina Grande (PB) e faleceu no Recife (PE), aos 66 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Norma, Janaína. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Mateus Teixeira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 4 de junho de 2020.