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Odmar de Oliveira

1953 - 2021

Era a animação das reuniões familiares! Certa vez até entrou em um barril, como fosse o Chaves.

Odmar sempre foi uma pessoa batalhadora e disposta a ajudar. De sua infância pouco se sabe, e independentemente de como tenha sido, sua forma de ser alegre e brincalhona vem de sempre.

Ele conheceu a esposa Ângela por meio de um amigo em comum e, quando se casaram, ela já tinha uma filhinha de quatro anos para a qual ele se tornou um pai. Depois veio Andressa, a quem sempre dedicou todo seu carinho e atenção. Odmar construiu junto a Ângela uma linda relação, com muito amor e companheirismo, especialmente nos momentos mais difíceis.

Onde ele chegava contagiava a todos com sua alegria. Gostava de fazer festas e reuniões, de reunir toda a família e também de beber uma "geladinha", como ele dizia. Aí, ficava muito alegre, ligava a vitrola da sala, afastava os sofás, colocava suas músicas preferidas, dançava e cantava.

Com seu jeito gentil, prestativo e cuidadoso, era a alegria das reuniões familiares. Certa vez, em uma festa, ele se divertiu tanto que até entrou dentro de um barril, imitando o Chaves do seriado da TV. Em época de Natal a mesa de sua casa era bem farta e ele fazia questão de comprar um presentinho para cada um. Um outro hábito comum era levar as crianças para passear e, como não tinha carro, ia de ônibus mesmo, só para ver a alegria das filhas e sobrinhas.

Odmar era serralheiro desde os 12 anos. Muito honesto e detalhista, fazia o seu trabalho com esmero, e seu sonho era que alguém da família tivesse querido aprender a profissão com ele, como legado.

Como lazer, Odmar gostava de ir a pagodes e forrós, e enquanto teve condições divertiu-se muito. Depois que sofreu um AVC, embora sua mente brilhante não tenha sido afetada, sua vida modificou-se totalmente.

Para a filha Andressa, ele tinha tantas qualidades que se torna até difícil enumerá-las, mas ela ressalta a generosidade e o desejo de agradar todos e assim se expressa sobre ele: "Sinto tanto orgulho de você meu amado pai guerreiro! Quero agradecer a Deus pelo presente que nos enviou nesses 67 anos em vida. Como pai, marido, avô, tio, sogro, irmão, amigo. Por nos contagiar com seu carinho, alegria, amizade. Em especial o que me fará sempre lembrar do meu amado pai vai ser o carinho e a preocupação que ele tinha comigo”.

Conta ainda o que aprendeu com ele sobre saudade: “Há uma coisa ele dizia e que eu jamais vou esquecer: 'Saudade a gente só sente de quem já morreu'. E ele tinha razão. O que me conforta é saber que um dia vamos nos encontrar e que foi feita a vontade de Deus na vida do meu pai. Um dia iremos nos encontrar. Te amo pai”.

Odmar nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu em Araruama (RJ), aos 67 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Odmar, Andressa Braz de Oliveira. Este tributo foi apurado por Ana Helena Alves Franco, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 4 de março de 2022.