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Ofélia Gomes Campos

1950 - 2020

Mais do que ensinar sobre palavras e números, a professora Ofélia ensinou a viver com amor e afeto.

Professora por vocação, amava dar aulas, principalmente aos mais pequeninos. Ensinava com maestria e doçura que só Ofélia tinha, com o carinho e amor que vinham só dela. Religiosa fervorosa que era, estava sempre participando dos eventos e acontecimentos da Catedral de São José em Itabuna (BA), onde destinava sua devoção a Nossa Senhora Aparecida e sua caridade a quem dela precisasse.

Não teve filhos biológicos nem chegou a se casar, mas dividiu o amor que levava no peito com os alunos que teve e com as crianças da Igreja onde servia, além da filha de criação, e todos os outros filhos de coração que adotou ao longo da vida.

Mulher forte, era sábia e muito querida por todos que a conheciam. Tinha uma irmã a quem era muito ligada, com quem dividiu as dores e alegrias da vida. Adorava viajar, e fazia questão de ir com a família à praia sempre que possível. Gostava muito de cozinhar para os que amava, e não abria mão de uma boa feijoada e de um saboroso cururu.

Ofélia deixa saudade em todos que tiveram a oportunidade de conhecê-la e aprender um pouco com a imensa sabedoria que ela possuía. Mais do que lecionar sobre letras e números, Ofélia era mestre em ensinar sobre a vida, e sobre o amor. Sem ela, o mundo perde um pouco de doçura, a feijoada perde o encanto e a beleza que tinha quando era feita pelas suas mãos. A Terra fica um pouco mais apagada sem o brilho de Ofélia, mas o Céu se irradia ainda mais com a sua presença. Nossa Senhora Aparecida recebeu de braços abertos uma ajudante muito especial, que nunca se cansa de interceder pelos seus e, quando dá uma escapada, todos sabem onde encontrá-la: é só procurar no mar mais próximo que lá está Ofélia.

Ofélia nasceu em Itabuna (BA) e faleceu em Itabuna (BA), aos 70 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela sobrinha de Ofélia, Sophya Vitória Ferreira Campos. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Bárbara Aparecida Alves Queiroz, revisado por Lícia Zanol e moderado por Rayane Urani em 28 de maio de 2021.