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Orlando Coutinho

1934 - 2020

De fusca amarelo, distribuía sorrisos aos "corações de abóbora", como ele chamava os amigos.

Orlando foi um homem de luta e de fé, pai dedicado de seus nove filhos e bom pastor, contagiava todos com seu jeito de ser. Se seu fusca amarelo falasse, provavelmente diria que o dono foi um homem cheio de vida e energia, que encantava todos a sua volta com sua alegria.

No bairro onde morava, todos conheciam suas histórias e o seu fusca amarelo, quando o avistavam logo diziam: "Lá vem o Sr. Orlando Coutinho com o bracinho pela janela", conta seu neto Patrick.

Além do fusca, gostava de ir para a igreja onde congregava, sempre plantando sementes de bondade e generosidade nos corações de quem o conhecia. Também gostava de plantar, colher e desfrutar do que vinha da terra, seu sítio era mais uma de suas paixões.

Mas amar mesmo, Orlando amava a sua esposa Julia, mulher dedicada e amorosa, a quem não media esforços para ver feliz.

"As tardes eram mais radiantes quanto passávamos em frente à sorveteria e lá estava ele, sentado no banco, tomando sorvete, rindo, conversando, pregando a 'palavra de Deus' ou até cochilando", lembra, novamente emocionado, o neto Patrick.

O riso era mesmo a roupa favorita de Orlando, foi um grande contador de histórias que vivia a vida de maneira simples e leve. Além da saudade, o homem que dispunha da alegria como solução deixa a certeza de que a sua voz e o seu sorriso ecoarão para sempre nos corações "de abóbora" de todos que o amaram.

Orlando nasceu em Linhares (ES) e faleceu em Linhares (ES), aos 86 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo neto de Orlando, Patrick Freitas Coutinho. Este tributo foi apurado por Thaíssa Parente, editado por Stefhanie Fernando, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 14 de novembro de 2020.