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Orlando Monteiro de Sousa Filho

1995 - 2020

Amava o campo, a natureza, a fazenda, o gado. Gostava do mato feito um menino e adorava admirar o pôr do sol.

Ele amava a família e era muito apegado e carinhoso. No trabalho, sempre foi bastante responsável e gostava do que fazia como advogado e também como professor. "Em termos mais profundos, Jhow, como todos nós o chamávamos, foi um homem intenso", conta a irmã de Orlando, Mayara, que diz ainda: "Ele era do tipo que vivia as coisas 'pra já' e com apenas 25 anos já havia construído muito, pois não se demorava em fazer muitos planos, mas sim em viver com aquilo que tinha, da melhor forma."

Orlando fazia piadas e amava contar histórias. Além de ótimo pai, amigo e irmão, foi uma pessoa dócil e que não guardava mágoas no coração. Apesar de tímido e reservado, era sorridente e alegre. Não gostava de ver ninguém triste.

Era muito prestativo e ao mesmo tempo tinha preguiça de fazer o próprio lanche. Mayara reflete: "O que fazer? Sem querer, ele deixou em nós a saudade até de preparar aquele achocolatado que pedia à noite".

"Ele tinha tantos sonhos e planos voltados para o que gostava e para os dois filhos, Safira e Guilherme... Andava falando bastante em construir uma piscina na nossa fazenda no interior e tinha o desejo de aprender a tocar ukulele, para dar uma melodia a uma canção que ele escreveu pra namorada", conta Mayara, que finaliza: "O seu sorriso ainda ecoa em meus pensamentos e, agora, na eternidade."

Orlando nasceu em Vitória do Mearim (MA) e faleceu em São Luís (MA), aos 25 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela irmã de Orlando, Mayara Lima de Sousa. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 12 de novembro de 2020.