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Osnir Winter

1949 - 2021

Gostava muito de cavalgar longas distâncias e de contar boas histórias, com um belo de um chimarrão nas mãos.

Osnir era um "alemão" que carregava persistência e teimosia independentemente dos muitos nomes pelos quais era conhecido, fosse Nilo para a família, Kisuco no trabalho ou Seu Winter para muitas outras pessoas.

Ele era amigo da mãe de sua nora Fernanda; a família o conhecia desde criança e suas travessuras viraram boas histórias. Conta-se que uma delas era comer a sobremesa direto no pote na cozinha da avó de Fernanda que se recorda do sogro como “dono do sorriso mais fácil e dos olhos mais azuis que já vi na vida”.

Deixou suas marcas de tantas maneiras, que é impossível enumerá-las. Era o melhor dançarino de chamamé — gênero musical tradicional da província argentina de Corrientes, muito apreciado em alguns locais do sul do Brasil. Durante muito tempo fez o melhor chimarrão do mundo, até que ele mesmo transferiu esse título para Fernanda e passou a tomá-lo com ela, frequentemente em sua casa.

Amava estar cercado de amigos, e os tinha em quantidade e qualidade. Sua persistência associada a muita fé, orações e ao apoio da família e dos amigos manteve sua luta pela vida por 108 dias. E na sexta-feira em que se foi, recebeu, como parte das homenagens finais, o direito de usar suas indumentárias preferidas: “Pudemos ao menos colocar a bombacha branca e o lenço de seda que ele tanto gostava”, conta Fernanda.

A lembrança dos bons momentos com Osnir é vivida todos os dias pela família e deixa enorme saudade.

Osnir nasceu em Jaraguá do Sul (SC) e faleceu em Jaraguá do Sul (SC), aos 71 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela nora de Osnir, Fernanda Winter. Este tributo foi apurado por Thaíssa Parente, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 31 de agosto de 2021.