1954 - 2020
Ele era só alegria nos encontros com os amigos e com a família.
Por onde passava, o carpinteiro Raimundo Nonato ouvia: "Fala, Lombardi", ao que sempre respondia com alegria: "Fala, Silvio". Não havia quem não conhecesse o "Lombardi" no bairro do Mucuripe ou em Varjota, na capital cearense. E ele se dava bem com todo mundo.
Cuidadoso com a família, era um homem alegre e religioso. Seus passatempos favoritos eram a leitura e as palavras cruzadas, mas usava seu tempo para fazer muitos favores para todos. "E começava logo pela manhã: levantava-se às 4h30 para fazer o café e levar o pão para a vovó. Comprava pães para todos que pediam... Às 15 horas, tudo se repetia, diariamente", relata Paula Renata, a primogênita de Raimundo.
"Meu pai tinha um amor incondicional por minha mãe. Ele levava uma vida saudável. Não bebia nem fumava havia muitos anos. Era um excelente carpinteiro e gostava do que fazia", conta Paula Renata.
A irmã de Raimundo, Geruzia, relembra que, além do famoso Lombardi da TV, Raimundo imitava também o Pato Donald e que o irmão viveu várias histórias engraçadas quando se fantasiava em época de carnaval.
Era torcedor fanático do Ceará e amava gatos. "Chegava a comprar ração e cozinhava salsichas para sair distribuindo para os gatos de rua", recorda Geruzia.
"Acho que o sonho dele era poder ajudar as pessoas e viajar", diz a filha.
É muito provável que agora Lombardi continue prestando ajuda lá do Céu e dando uma forcinha aos outros carpinteiros; afinal, essa era sua maior virtude.
Raimundo nasceu em Fortaleza (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 66 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelos familiares de Raimundo, Geruzia Balbino de Souza e Paula Renata. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 20 de novembro de 2020.