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Raimundo Nonato Mendonça de Araújo

1953 - 2020

Nasceu para ser avô de meninas. Era o campeão das corridas e o dono da mesa de dominó com os amigos.

Raimundo Nonato era um homem da ação. Resolvia qualquer situação para a família ou os amigos, antecipando-se até aos pedidos. Ganhou assim o apelido carinhoso de "Raimundão Faz-Tudo".

Especialista em brincar de boneca e casinha com as netas que tanto amava, "foi o marido mais teimoso e prestativo, com quem Dona Tânia teve a oportunidade de conviver por quarenta e cinco anos", lembra a filha Aryela.

O policial civil aposentado era torcedor apaixonado do Ceará Sporting Club e sempre exibia, com orgulho, a bandeira do Vozão na janela.

Seu Nonato não perdia uma partida de dominó com os amigos e, agora, "naquela mesa tá faltando ele".

Adorava praticar atividades físicas, principalmente a corrida. "Era o mais forte e saudável da família", orgulha-se Aryela. Raimundo lidava havia mais de dezoito anos com o Parkinson. Para se adaptar à doença degenerativa, fazia questão de manter sua rotina. Era admirado pelos médicos e por outros parkinsonianos, que tinham Raimundo Nonato como um exemplo.

Nas palavras de Aryela: "Sempre forte, sempre destemido, sempre incrível. Nunca vamos esquecer dos seus ensinamentos. Foi o melhor pai, esposo e avô. Deixa uma legião de grandes amigos".

Raimundo nasceu em General Sampaio (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 67 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Raimundo, Aryela Silva de Araújo. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Tatiana Natsu, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 18 de agosto de 2020.