1923 - 2020
Amava puxar as netas para dançar um forrozinho com seus passinhos engraçados.
Raimundo Olé era um homem íntegro e verdadeiro, apreciador de um bom vinho, amante do mar e um esposo apaixonado por sua esposa Diva.
Pai de dez filhos, avô de 21 netos e bisavô de 14 bisnetos, sempre esteve à frente de seu tempo. Um comerciante querido e muito respeitado na cearense Jaguaruana, cidade que escolheu para criar seus filhos e onde, apesar das dificuldades, tornou-se amigo de todos, orgulhando-se muito de ter recebido o título de cidadão Jaguaruanese.
Sua neta, Ana Kilvia, conta: “Ao longo de sua longa trajetória vovô sempre fez questão de acompanhar e se fazer presente em nossas vidas, sempre o mais animado em todas as festas, admirados por todos por sua juventude. Juro que não conheço em minha vida ninguém mais feliz e que amasse vida como ele".
.Sua frase preferida era 'Tudo é determinado pela Divina Providência' e, nos últimos tempos, a coisa que mais falava era da formatura da neta em Medicina, sua felicidade era enorme, pois nem acreditava que iria poder dançar a valsa com sua bisneta.
Quando adoeceu e foi levado para Fortaleza para ser cuidado, sua alegria foi enorme por ser recebido pela bisneta. Contava para todos no hospital que ela ia ser médica e que ia dançar a valsa com ela no final do ano.
E conclui Ana Kilvia: “Sei que de alguma forma ele esteve conosco no dia da formatura de minha filha, e sei que ele vai sempre continuar a cuidar de todos nós, porque acredito que a vida continua... só estamos em planos diferente agora, e um dia as nossas jangadas ainda vão se cruzar”.
Raimundo nasceu em Aracati (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 97 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de Raimundo, Ana Kilvia Lima Carvalho Rodrigues. Este tributo foi apurado por Patrícia Garzella, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 9 de maio de 2022.