Raimundo Sobreira Goes de Oliveira

1940 - 2020

Ajudou a construir o Planetário de Brasília e publicou dois livros sobre o sistema educacional da cidade.

O professor Goes, como era conhecido, foi um homem desbravador. Na década de 50 do século 20, deixou o estado natal, o Ceará, para contribuir com a construção e formação de Brasília. Na nova capital federal dedicou-se com afinco à educação, chegando a publicar dois livros sobre o tema, “A crise do ensino: Brasília”; e “O sistema Escolar de Brasília”. Quando os filhos eram crianças, Goes os levava ao Planetário de Brasília, estrutura que ajudou a construir.

Homem culto, reconhecido como professor de história, filosofia e pedagogia, Goes também foi um homem de família. “Meu pai teve seis esposas e nove filhos”, conta a filha Doralice, fruto do primeiro casamento.

Com Sandra, a sexta esposa, ele viveu por vinte e quatro anos, e por mais de duas décadas em Teresina, no Piauí. “Ele foi embora de Brasília quando achou que a cidade tinha crescido demais, as pessoas já não tinham o mesmo vínculo na comunidade”, explica Doralice. De volta ao nordeste, Goes manteve a dedicação à profissão, tendo sido professor universitário em instituições privadas. Em sua vida, viajou por muitos países. “Foi a pessoa mais culta que já conheci”, exalta a filha. Ela também destaca a dedicação do pai para evitar o consumo de álcool a cada dia. Foi membro ativo e atuante do AA – Alcoólicos Anônimos por quarenta e quatro anos.

Nas lembranças, a filha conta de um hábito que o pai amava: pão de queijo com café... Este era um programa diário que ele mantinha com Sandra. “Meu pai foi um homem extraordinário. Contribuiu com o Brasil, deixando um legado ético a quem o conhecia”, conta Doralice. “Foi ele que atribuiu caráter a mim e a cada um de nós, foi um companheiro ativo, que nos proporcionou muito orgulho”.