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Ranyrson Rudrigo Fernandes de Lima

1989 - 2021

Quando ficava nervoso balançava os pezinhos.

Esta é uma carta aberta de Kathyane para seu primo, Ranyrson:

Agora temos a oportunidade de refletir sobre a vida e seu propósito. É necessário que cada um de nós tente amenizar a dor que temos sentido nos últimos tempos. Sei que palavras não vão preencher o que a gente sente, mas tentemos buscar então apenas entender os propósitos divinos e refletir sobre cada ação durante o tempo em que estivemos contigo, Ranyrson.

Tudo tem uma lógica certeira. Faz total sentido que tudo o que você fez foi como missão. Missão de ser um homem de muita fé, de cultivar todas as amizades possíveis, da sinceridade de dizer "eu te amo" a todos os seus amigos.

Vemos agora o quanto todo mundo te amava! Que possamos nos apegar a essa ideia, de que sua missão era exatamente essa: disseminar alegria, amor, fraternidade, amizade e partilha.

Que sejamos gratos a Deus pela oportunidade de termos sido pais, tios, primos e amigos de uma pessoa como você.

De quantas pessoas nos afastamos e passamos a sentir tanta falta? Quantas vezes deixamos de fazer alguma coisa por orgulho? E... quando menos percebemos, tudo escorreu por entre nossos dedos e a gente só viu de longe.

A vida passa, e passa mesmo!

Ranyrson, você nos ensinou tanto! Ensinou sobre o agora, o amar... o viver!

Que possamos continuar aprendendo com você, que possamos cultivar que o "dizer eu te amo" é necessário e fundamental, que revelar que a gente sente falta é importante, pois só temos o hoje. Que as lembranças do passado são apenas lembranças...

Você nos ensinou que se a gente puder fazer a diferença na vida das pessoas, que a gente faça! Que se tiver alguém de quem sentimos a falta, que expressemos nosso amor!

Ranyrson, você era sinônimo de amizade. Você nos mostrou o que é ser amigo de verdade pra todos os milhões de amigos que possuía. Sem fazer diferença na dosagem. Você era intenso em tudo. Você era o hoje, o presente, o agora.

Você sempre encantou, conquistou, chorou, sorriu, brigou, brincou... Esse tempo, que Deus nos proporcionou ao seu lado, foi grandioso para todos nós. Tivemos o privilégio de estar e de conviver com você e, mesmo que tenha partido cedo demais, sempre nos lembraremos de você e do lindo legado que nos deixou. O legado da verdade, do amor ao próximo, da união, de defender quem se ama, do amor incondicional, em especial a Deus e a Nossa Senhora.

Agora Eles te guardam por nós e, quando a dor apertar, o Céu será o lugar para te encontrar. Você agora é nossa estrela.

Aqui nós vamos seguindo. Não podemos prometer que as lágrimas não irão rolar, pois estamos cheios de saudade. Mas sabemos que agora você está bem. Sua marca está cravada em nossos corações. Te amaremos até o infinito, porque você se fez assim: infinito em nossas vidas.

Amigo a gente guarda mesmo que haja falhas; quando Deus constrói um laço, o amor jamais acaba. Eu lhe trago em meu peito por amor e por direito, mesmo que você jamais saiba o valor deste amor.

Faço esta homenagem em meu nome e no de todos os amigos que estão cheios de saudade, amor e gratidão a Deus pela amizade que tivemos.

Ranyrson, enquanto respirarmos, lembraremos de você.

Ranyrson nasceu em Rio Tinto (PB) e faleceu em João Pessoa (PB), aos 32 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela prima de Ranyrson, Kathyane Soraya Bezerra Arruda e Silva. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Ana Macarini em 25 de fevereiro de 2022.