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Regina D’arc Rodrigues Guedes

1963 - 2020

Escolheu cercar-se de plantas, algo tão quintessencialmente belo e repleto de vida quanto ela.

Carregava em si um espírito inquieto e curioso. Tinha fome de conhecimento; desejava aprender cada vez mais, criar mais, e compartilhar todas as ideias que nasciam de sua mente criativa e vivaz. "Assim era a Regina", conta sua filha Sofia.

Regina tinha uma bondade profunda e genuína que parecia brotar do fundo de sua alma. Era capaz de amar com um senso de entrega único, o que a tornava especialmente cativante. Forte e resiliente, sua fragilidade residia na tentativa de esconder uma alma gentil e profundamente sensível.

Pedagoga e turismóloga por formação, além de professora por vocação, sua identidade estendia-se para além dos ofícios que desempenhava. Tinha uma infinidade de paixões e habilidades, que desenvolveu com carinho e dedicação ao longo de toda uma vida: tinha alma de artista e, por conseguinte, “tudo o que ela fazia era arte”.

Dedicou seus últimos anos a cuidar de plantas, como se o viço, as cores e todo encanto contido nas flores, de certa forma, pudessem simbolizar sua trajetória de vida. Sua arte refletia toda a beleza que carregava dentro de si, a mesma beleza que espalhou ao redor do mundo, em forma de arranjos, palavras e imagens.

Regina tocou muitas vidas, e qualquer pessoa que a conhecesse identificaria facilmente o quanto ela era especial e radiante.

Sofia tem certeza que sua mãe deixou o mundo um pouco melhor com sua presença: “por tudo o que ela fez, tudo o que foi e tudo o que deixou em nós, que permanecemos.”

Regina nasceu em Paranã (TO) e faleceu em Brasília (DF), aos 57 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Regina, Sofia Guedes Lopes. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Rosa Osana, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 15 de agosto de 2021.