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Rodolfo Costa Pimentel

1991 - 2020

Um coração revestido de bondade, sem medo de nada e por uma causa tão linda: o amor aos invisíveis.

Rodolfo nasceu em Cabo Frio, mas foi criado em São Pedro da Aldeia. Quando criança, tinha dois sonhos: o de ser coroinha e fazer a primeira comunhão. Realizou os dois, aos 8 anos e, desde então, dedicou-se ao serviço da Igreja, especificamente com a liturgia e a assistência aos moradores de rua.

Ainda dentro de sua paróquia, já sentiu o chamado para mostrar aos outros jovens o quanto a liturgia era bela. Conheceu então a Toca de Assis, aos 12 anos, mas teve que esperar três anos para fazer o vocacional.

Sempre sentiu uma aptidão muito forte pela Igreja. Pensava em ser padre, pois desconhecia se seria possível ser frei ou ser consagrado. Mas, foi quando conheceu a vida consagrada, que se encantou! Em meio a essa descoberta vocacional, conheceu também a Fraternidade da Toca de Assis. Mesmo ainda estando fora, acompanhava e vivenciava o carisma, participando dos eventos, das adorações e das pastorais de rua.

Finalmente, ao completar 18 anos, entrou para a fraternidade, em outubro de 2011. Professou seus votos em novembro de 2016, chamando-se, desde então, "Irmão Simplício". Sua profissão ocorreu na Igreja de São Francisco de Paula, no Centro do Rio de Janeiro, pelas mãos de Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio. Ter exercido sua profissão nesta igreja o deixou muito emocionado, pois foi onde realizou sua primeira pastoral de rua.

Quando começou a Pandemia do Covid-19, irmão Simplício estava morando na missão em Fortaleza. Segundo conta irmão Francisco, prior da comunidade no Rio de Janeiro, ele se propôs a ir para a rua servir aos pobres que estavam em situação de ainda mais abandono, nesse período.

Acabou contraindo o coronavírus e quando descobriu, já estava com a situação da saúde bem comprometida. Era o irmão mais novo que tínhamos de profissão, muito devoto. "Tinha apenas 28 anos e entregou sua vida aos mais necessitados, levando comida todos os dias aos irmãos marginalizados, nas ruas. Hoje, tua alegria será contemplada no céu, irmão", diz o amigo Bruno.

Antes de sua partida, deixou um áudio para as pessoas com quem ele estava conversando, onde recordou uma bela frase de São Vicente de Paula: “É um privilégio morrer pela causa dos pobres, pois eles nos abrirão as portas do céu!”

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Uma vida totalmente doada a Deus

Pelas mãos do arcebispo do Rio, Cardeal Dom Orani João Tempesta, o irmão Simplício, aos 25 anos, recebeu a profissão temporária nos primeiros votos da Fraternidade Toca de Assis. A profissão ocorreu durante uma celebração na Igreja São Francisco de Paula, no Centro do Rio de Janeiro. Além dessa consagração, outros quatro postulantes foram admitidos ao noviciado.

Entre os presentes na celebração, estavam o vice-secretário administrativo da Venerável Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula, padre Silmar Alves Fernandes, o ministro geral dos Filhos da Pobreza, irmão Hariel do Santíssimo Sacramento, de Vinhedo (SP), o guardião da missão da fraternidade no Rio de Janeiro, irmão Eli Maria Servo do Cordeiro, além de familiares e amigos do consagrado.

Realizada, excepcionalmente no Rio, a consagração trouxe uma alegria ainda maior para o irmão. “Estar junto dos meus familiares e amigos no local onde nasci, consagrando a minha vida totalmente a Deus, foi um presente divino, que ficará gravado para sempre no meu coração. E quando soube da presença do cardeal, mais alegre ficou meu coração. Me senti ainda mais parte da Santa Igreja”, disse ele.

Irmão Simplício veio de família simples e caminhou na fé católica desde pequeno. Tinha dois sonhos: fazer a Primeira Comunhão e ser coroinha — realizou ambos. Foi se apaixonando pela liturgia, conheceu a vida consagrada e se encantou! Através de uma jovem com quem estudava no ensino médio, conheceu a Fraternidade da Toca de Assis e começou a frequentá-la.

Vivenciando o carisma da fraternidade: o cuidado com os pobres e adoração ao Santíssimo Sacramento, mesmo antes de fazer parte oficialmente, ele se encantou completamente. Na sua concepção, a fraternidade aprofundou o zelo que ele tinha pela liturgia e o amor ao sagrado.

Irmão Simplício, cujo nome de batismo é Rodolfo Costa Pimentel, disse que ao vivenciar a vida dentro da Toca de Assis foi amor à primeira vista, pois a vida consagrada era totalmente diferente da vida paroquial, que até então ele vivia.

“Eu falava para o meu pároco, que o banco da Igreja me incomodava muito, porque eu não conseguia ficar só servindo na paróquia. Deus pedia algo a mais para mim, e esse algo a mais era doar minha vida, por inteiro. Eu tinha a necessidade de morar com Jesus, não apenas de ir à Igreja. Então a Toca e a vida consagrada são uma grande realização desse sonho. Morar com Deus, adorar a Jesus no Santíssimo Sacramento e cuidar dos seus pobres nas ruas foi o meu desejo inicial, e é o desejo que quero para sempre. A nossa missão na Toca de Assis é adorar a Jesus e depois chegar ao coração do pobre, que é Ele mesmo disfarçado”, ressaltava Irmão Simplício.

Como consagrado, assumiu uma missão na casa de noviciado de Pirassununga, em São Paulo, como animador vocacional dos jovens que desejam entrar para a Fraternidade da Toca de Assis.

"Meus sentimentos a todos os filhos e filhas da pobreza do Santíssimo Sacramento e a todos os amigos do Irmão Simplício. Descanse no Colo de Deus", diz a admiradora Paula.

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Irmão Simplício José do Menino Deus doou-se inteiramente pela causa que defendia: servir aos mais necessitados.

E em nome dessa missão, tantas vezes dormiu nas ruas, transmitindo aos seus irmãos humildes, o amor que inundava seu coração.

O desafio a ser enfrentado não media sua alegria, que era uma constante e gigante, como ele.

Quando começou o isolamento, logo lhe veio à cabeça a condição dos irmãos em situação de rua. Essas pessoas já viviam isoladas pela sociedade, e agora iriam sofrer mais ainda. Decidiu então intensificar suas pastorais.
Visitava-os todos os dias. Mas apesar de tomar os devidos cuidados, não conseguiu evitar o contágio do vírus.

"É um privilégio morrer pela causa dos pobres, pois eles nos abrirão as portas do Céu", foi uma de suas últimas mensagens. "Sua vida aqui chegou ao fim, mas temos a certeza que ele ganha a vida eterna. Seus irmãos pobres lhe abrirão as portas!", diz a amiga Priscila.

Rodolfo nasceu em Cabo Frio (RJ) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 28 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelos amigos de Rodolfo, Bruno José Lima Alcantara, Paula Rosemary Silva e Priscila Hannei dos Santos Costa. Este tributo foi apurado por Samara Lopes, editado por Denise Pereira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 6 de agosto de 2020.