1973 - 2021
Um homem gentil que fazia questão de abrir a porta do carro para sua amada esposa.
Rodrigo e Ana Cláudia conheceram-se em uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e Brigada de Incêndio. Ficaram casados por nove anos e ela fala sobre ele com muito carinho: “Rodrigo era um esposo fantástico, gentil, parceiro para todas as horas. Amava viajar e estava sempre a postos para o próximo passeio ao meu lado. Era Técnico em Segurança do Trabalho por paixão, e por onde passava com seu lindo e largo sorriso — sua marca registrada — ele sempre fazia amizade".
Dedicava-se ao extremo a suas atividades profissionais. Estava sempre de bem com a vida, por isso encontrava no trabalho um modo de se comunicar com as pessoas e de lhes ser útil. Sentia-se plenamente satisfeito com sua área de atuação e com o fato de ensinar práticas de segurança aos demais.
Rodrigo era extremamente acessível a quem quer que fosse. A alegria estava sempre estampada em seu rosto, sendo muito difícil vê-lo de cara fechada ou bravo. O seu coração era tão puro e bondoso, que enxergava a vida apenas com bons olhos.
Nas horas vagas, adorava sair de casa para ir às lojas do centro da cidade e passear no shopping. "Em família, amava preparar churrascos. E quando preparava a comida, colocava nela temperos cujo aroma me faz lembrar dele", conta a esposa. Sua sobremesa favorita era torta de limão.
Gostava também de ouvir louvores no som do carro e, quando tinha um tempo livre, gostava de assistir a séries.
Ana Cláudia guarda muitas memórias afetivas dos momentos e experiências que viveu com Rodrigo. Relembra das cócegas que ele sentia nos pés e que o faziam rir incontrolavelmente todas as vezes que cortava as unhas. Nada, porém, se compara às recordações de suas viagens:
“A cada nova viagem Rodrigo trazia um chaveiro, que guardava em uma caixa de recordações que tem aproximadamente quarenta desses objetos. Nos nove anos em que estivemos juntos viajamos para muitos lugares como Rio de Janeiro e Buenos Aires, nossa primeira internacional. Gostávamos de nos aventurar em parques de diversão e pela Serra do Rio do Rastro, região sul-catarinense famosa por suas matas e cachoeiras.”
Ela ri das aventuras e dos imprevistos que enfrentaram: “Quando fomos do Paraná para o Rio Grande do Sul, nos perdemos em uma rota que nos levou para uma serra que subia infinitamente. Nesta ocasião, brincamos que estávamos indo para o céu e não para Gramado, no Rio Grande do Sul”.
Fala dos sonhos que ficaram por realizar: “Nosso maior sonho era conhecer a neve, tanto que ir a um lugar que nevasse era o nosso plano para a próxima viagem. Planejávamos uma viagem para os Estados Unidos".
Ela ainda relembra de outras situações marcantes da relação que construíram: “Quando conheci o Rodrigo, ele era de outra religião. Com o decorrer dos anos, ele se converteu à que eu pertencia. Neste processo de conversão, ele me deu uma Bíblia de presente e fez uma dedicatória na contracapa, que dizia: 'Teu Deus será o meu Deus, o teu caminho o meu será'".
“Cavalheiro, sempre abria a porta do carro para mim. Quando saíamos, Rodrigo cumprimentava muita gente. Volta e meia, dizia em tom de brincadeira que ele poderia se tornar vereador, de tantas pessoas que conhecia.”
Ana Cláudia finaliza dizendo: “Rodrigo me ensinou que o amor verdadeiro existe! Nossa sintonia e cumplicidade eram tão nítidas que diversas pessoas vinham nos elogiar pelo modo como vivíamos a nossa relação”.
Rodrigo nasceu em Palmas (PR) e faleceu em Ponta Grossa (PR), aos 47 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela esposa de Rodrigo, Ana Claudia de Ramos Cobeski. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Ana Macarini em 31 de março de 2023.