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Rogério da Rocha Mascarenhas

1961 - 2020

Era um verdadeiro papagaio de pirata. Se ouvisse um clique, lá estava ele fazendo pose.

Em 1961 nascia Rogério da Rocha Mascarenhas, o terceiro filho da família Rocha Mascarenhas. Seus pais, Cid e Janete, tiveram sete filhos, cinco mulheres e dois homens.

Téo, como era conhecido, foi um menino franzino. Com a autoestima elevada, adorava ser fotografado, costume que perdurou na fase adulta, afinal, nunca deixou de registrar os fatos.

Quando garoto, gostava de se esconder em cima do guarda-roupa. Ficava na espreita, quietinho, só observando os familiares procurando por ele.

Já adulto, tornou-se tímido. De poucas palavras, sorria com os olhos. Um olhar bondoso e amoroso.

Rogério sempre foi atencioso e tranquilo. Apreciava ouvir e ser ouvido. "A voz típica de língua presa dava um toque charmoso a ele", brinca a irmã Gisele.

Além disso, fazia amizades rapidamente e tomava uma cerveja com gosto.

O casamento com Cláudia gerou Raiane, sua "linda mocinha". Após o fim do matrimônio, a amizade permaneceu e ele passava as festas de final de ano sempre na casa de Cláudia, ao lado de sua filha.

A preocupação com os estudos dos jovens era recorrente. Como bom pai e tio presente, conversava com a filha e os sobrinhos para saber sobre o colégio e o dia a dia.

Cheio de manias, lavar as mãos era um ritual. "O banho, geralmente, demorava cerca de uma hora entre passar sabonete e enxaguar. Saía de lá mais limpo que qualquer coisa ou pessoa na face da Terra", conta Gisele.

Em suas conquistas, encantou-se por Lúcia, sua esposa. Mulher simples, de olhar encantador e sorriso sincero. A irmã conta que foi o suficiente para que fosse morar com ela; uma etapa em sua cidade, Salvador, e outra em Forquilha, a cidade de Lúcia.

Os irmãos, Gisele e Ricardo, assim encerram a homenagem:

"Há muitas moradas na casa do Pai. Sabemos que vivemos em família. Isto acontece nos dois planos da vida. Ninguém está só. O amor une os espíritos e eles se fortalecem, executando suas tarefas em prol do progresso coletivo. A saudade é grande, pois o afeto deixa lindas lembranças e valorosas conquistas. Especialmente, nos oferta a doce companhia da amada filha Raiane, por intermédio de quem continuaremos a enxergar sua luz. Deixa também a certeza que estará bem acompanhado e ocupado nobremente. O tempo substituirá nossa tristeza pela certeza do reencontro. Nosso choro agora será aliviado pelo sorriso daqueles que o recebem em festa. Recupera, Téo, sua energia e segue em frente. Unidos faremos as nossas preces agradecendo ao Pai a companhia amorosa de nosso querido Rogério e desejando-lhe sucesso em sua nova etapa da vida. Com amor, dos seus amores."

Rogério nasceu em Salvador (BA) e faleceu em Forquilha (CE), aos 59 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelos irmãos de Rogério, Gisele Mascarenhas Neves e Ricardo da Rocha Mascarenhas. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Júlia de Lima, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 7 de dezembro de 2020.