1977 - 2021
Com sua forma de ser e agir, ele era como uma corda que acionava a batida de muitos corações.
Rondes era casado com Elisangela, que escreve um belo texto para homenageá-lo, deixando transparecer o quão importante ele foi em sua vida e a falta sentida pelos filhos após sua partida:
“Pessoa mais gregária não houve. Mesmo sendo o caçula de oito, era a voz ao som da qual todos se uniam e as asas embaixo das quais todos achavam pouso seguro e abrigo amigo.
Foi pastor raro, puro e simples. Amava estar entre gente de dores, pra lhes amenizar a carga e ter cheiro de ovelhas. Foram onze anos dedicados a uma comunidade em zona rural. Ensinava tanto quanto aprendia. Por amor.
Foi meu grande e único amor. Dono da voz que embala meu coração. Abraço que me dava segurança e chão. Mente que me encantava. Humor que preenchia com delícia e leveza a vida de todos em redor. Coração abundante que enriquecia a todos como fortuna valiosa que era.
Ele me salvou dos meus medos e das minhas sombras. Me deu quinze anos de "nós" e duas fusões do nosso amor, que todos os dias esperam papai chegar, junto à porta... Barulho mais triste passou a ser o farfalhar das chaves do vizinho, quando nossos filhotinhos seguram o fôlego achando que papai está abrindo a porta para nos encontrar. Quem pode convencer os corações desses pequenos que papai não vai mais voltar?”
Rondes nasceu em Porangatu (GO) e faleceu em Brasília (DF), aos 44 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela esposa de Rondes, Elisangela César dos Santos Anjos. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Ana Macarini em 9 de maio de 2023.