Sobre o Inumeráveis

Roselina Aparecida Costa Meira de Oliveira

1961 - 2021

Ensinava com os números o valor da educação para a vida e tinha os filhos ao alcance das mãos para um cafuné.

Rose se dividia em várias facetas. Era filha, irmã, mãe, amiga, professora, avó dos netos caninos e segunda mãe e irmã para muitos. Somavam-se a esses papéis os predicados de mulher “forte, determinada, alegre, amorosa, linda por dentro e por fora, geniosa, manhosa e apaixonada”, como descreve a filha Adeline.

Ela explica que o nome da mãe significa rosa, “o que ela sempre foi, uma vez que nasceu como um botão lindo e delicado e com o tempo foi desabrochando e se tornando cada vez mais deslumbrante e perfumada”.

Rose se multiplicou e teve quatro filhos: Adeline, Francine, Bruna e Douglas, os quais gostava de manter sempre perto, ao alcance das mãos para acariciá-los com um cafuné. Saudosa, a filha relata como acontecia esse gesto carinhoso: “Muitas vezes, quando estávamos no sofá ou na cama, ela nos fazia cafuné, começando de forma suave e tão amorosa”.

Com toda a delicadeza, Rose cuidava e protegia os filhos, sacrificando-se sempre que necessário para o bem da família. “Por inumeráveis ocasiões ela nos colocou como prioridade, mesmo que custasse muito”, conta a filha, com orgulho.

Do mesmo modo, como professora de matemática, Rose era só alegria ao encontrar seus “aluninhos”, acolhendo-os com seu sorriso. O trabalho de educadora contribuiu para o crescimento deles, representava “uma parte importante da sua jornada, pois para ela todos importavam e mereciam ser tratados como únicos”, afirma Adeline.

Roselina Aparecida “foi exemplo de pessoa dotada de qualidades e defeitos”. Amou e foi amada, pois conheceu o amor e soube vivê-lo de forma intensa. Amor que jamais será subtraído do coração daqueles que habitou e ainda habita com lembranças, carinhos, sorrisos, o som da sua voz, expressos em tantos momentos, difíceis até de contabilizar.

“Enfim, uma verdadeira flor, nossa rainha”, resume Adeline, que finaliza esta homenagem com um recado: “Te amamos e vamos continuar para sempre te amando até nos reencontrarmos, mamãe!”.

Roselina nasceu em Itapetininga (SP) e faleceu em São Roque (SP), aos 60 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Roselina, Adeline Meira de Oliveira. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Rosimeire Seixas, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 12 de maio de 2021.