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Rosemeire Miguel

1974 - 2020

Dona de um humor incrível, estava sempre rindo alto por aí. Aquela risada era especial.

Junto da nora, as duas eram só sorrisos. Certa vez, foram ao shopping e se divertiram bastante olhando as vitrines e dizendo que queriam tudo, que tudo era lindo, e como era lindo! Era uma sogra amorosa e divertida. Mas não era diferente quando estava entre vizinhos e amigos: os primeiros amavam as brincadeiras da vizinha e os amigos também se divertiam com seu bom humor.

Ria alto e estava sempre sorrindo. Tinha uma essência que fazia todos serem bons, confiantes, alegres e persistentes.

Uma sogra maravilhosa, uma mãe incrível, uma amiga e avó fantástica. Sonhava em ter a Manu, a netinha de sangue, um pouco mais perto; mas também foi muito feliz com o Luiz. Nele, ela dava banho, comida, colocava o pequeno para dormir e o levava para passear. Rose o amava como se ele fosse seu neto de verdade. É porque, de alguma forma, ele era.

Gostava de música e dançava todos os estilos musicais, mas um som era especial: "Sentadão", de Pedro Sampaio. Era a trilha sonora preferida dela e do Luiz, e eles sempre dançavam juntos.

A Avenida José Satkauskas, em Araraquara, por mais barulhenta que seja, está um pouco mais silenciosa agora. Falta o som da gargalhada da Rosemeire.

Rosemeire nasceu em Araraquara (SP) e faleceu em Matão (SP), aos 46 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela nora de Rosemeire, Bruna Fernanda Garcia Batista. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Bárbara Aparecida Alves Queiroz, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 16 de agosto de 2020.