1941 - 2020
Uma flor em forma de "mãinha", que enfeitava e defendia os seus.
Essa pernambucana arretada teve 15 irmãos e sempre foi muito forte e lutadora. "Ela era meu escudo, minha defensora", afirma a filha Alessandra de Kássia.
Uma pessoa alegre que, mesmo no hospital, espalhava sorrisos. “As enfermeiras e os médicos disseram que nunca viram alguém tão alegre e com o sorriso mais lindo”, relata Alessandra.
Alessandra era filha única, mas não se importava de compartilhar a mãe, que era requisita e adorada nesse papel. “Sempre fui filha única de vários irmãos, pois onde ela ia, tinha alguém que a adotava como mãinha”.
Rosilda era uma flor que se abria espalhando alegria, que fez de seus espinhos um escudo para a família.
Apesar da profunda dor da despedida, Alessandra se apoia na fé que a mãe lhe ensinou para dar continuidade à vida, apoiada na lembrança da beleza, do aroma e da força de sua flor. E assim se despede da mãe: “Foi duro perder você e, logo em seguida, o papai. Mas vocês entraram juntos, ficaram um ao lado do outro. Papai não aguentaria ficar sem você. Você sempre teve fé e estou tentando ter também. Que Nossa Senhora lhe guarde e lhe proteja sempre, minha amada mãinha”.
Assim como a flor do Pequeno Príncipe (Saint-Exupéry, 2001), a flor de Alessandra também era única.
“Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla” (SAINT-EXUPÉRY, A. O pequeno príncipe. 48 ed. Rio de Janeiro: Agir, 2001. p.30).
Amaro José Cavalcante de Lima, marido de Rosilda, morreu quatro dias após a esposa e também possui uma homenagem nesse Memorial.
Rosilda nasceu em Timbaúba (PE) e faleceu em Brasília (DF), aos 79 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha única de Rosilda, Alessandra de Kássia Souza Cavalcante de Lima. Este tributo foi apurado por Thaíssa Parente, editado por Denise Stefanoni, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 1 de fevereiro de 2021.