1970 - 2020
Além de um grande evangelista, era também "o pastor dos pobres". Ajudou muitas vidas.
Certa vez entrou na Igreja Batista de Forte um jovem pensativo e um pouco angustiado. Foi logo recebido, acolhido e convidado a assistir ao culto. Começava a sua história de restauração e fé.
"Ali recebeu a Jesus Cristo como Senhor e Salvador", diz Maratiana Juca, como ele a chamava. Ela veio a ser sua professora na escola dominical, à qual ele não faltava. Aos poucos, foi se fortalecendo e se consolidando na sua fé.
Logo se tornou líder de um grupo de "irmãos" que aos domingos saía a evangelizar pelas redondezas, distribuindo literatura nas portas das casas e até mesmo nos bares. Ao final de um ano, já eram quase 300 conversões. Esse homem se tornaria um dos maiores evangelistas e pregadores da região.
Na igreja que o acolheu lhe proporcionou uma belíssima cerimônia de casamento com a "irmã" Luiza, sua grande companheira e auxiliadora durante todos esses anos - sua família foi uma bênção.
Alguns anos depois, o Espírito Santo viria a lhe inspirar para um novo desafio: implantar igrejas em vários lugares do bairro. "Ganhar almas para Cristo" é o que mais lhe fazia feliz e o principal objetivo de sua vida. Foram sete igrejas implantadas no Janga, Pau Amarelo e na África.
O seu fervor missionário também o levou a evangelizar em lugares como Argentina, Chile e Cabo Verde. Em cada um desses países, uma história de milagres e desafios.
Em um convite da Igreja do Nazareno, foi ao Rio de Janeiro para realizar uma série de conferências junto com o inseparável Padre Clóvis, da Igreja Batista em Arthur Lundgren. Voltou contando uma experiência inédita para ele: subiram o Morro do Alemão e lá pregaram para viciados, traficantes, jovens e crianças.
Pastor que tinha como maior objetivo "ganhar almas para Cristo". Pessoas desesperadas o procuravam quase que diariamente para pedir ajuda, ajuda esta que ele nunca deixava de prestar.
Das muitas histórias, duas chamam mais a atenção:
A primeira, quando pegou o próprio bujão de gás de casa sem contar à esposa Luiza, para doar à uma família desesperada que não tinha nada em casa. A segunda quando, chegando à igreja, antes mesmo de abrir as portas, ele notou um mendigo dormindo no canto do muro. Imediatamente se dirigiu àquela pessoa, falou do amor de Cristo e o convidou a participar do culto. Na semana seguinte, aquele mesmo mendigo que o Pastor acolheu, ouviu sua história e deu abrigo, "voltou ao evangelho" e já estava louvando na igreja, firme na fé e com desejo de voltar à profissão de mecânico de automóveis.
São muitas as experiências marcantes da vida do Pastor Saulo, que até dariam um livro.
"Temos orgulho de você!", diz Maratiana, diaconisa e secretária da igreja. "A dor é grande, a saudade muito mais! Mas sua história de fé em Nosso Senhor Jesus nos anima e nos inspira a continuar a falar desse Deus maravilhoso, que restaura, dá vida e esperança aos homens. Vá para os braços do Senhor!"
"Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé "
Paulo, 2 TM 4:7
Saulo nasceu Recife (PE) e faleceu Recife (PE), aos 50 anos, vítima do novo coronavírus.
História revisada por Alessandra Capella Dias, a partir do testemunho enviado por professor Juscelino, em 29 de maio de 2020.