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Sebastião Elias Junqueira

1932 - 2020

Fez da calçada da sua casa o lugar de encontro preferido dos amigos e vizinhos.

Amigo leal, sincero, pessoa de honestidade sem igual e que sempre tinha uma palavra amiga. Com seu sorriso e sabedoria, conseguia ajudar, alegrar e fazer qualquer pessoa se sentir importante.

"Quando mudamos para o bairro, meus filhos ainda pequenos o chamavam de 'Seu Galileu', pois diziam que ele era sábio e paciente como o gato da biblioteca do Castelo Rá-Tim-Bum", conta Rita.

Foram mais de 20 anos de vizinhança, muitos cafés, risadas e conversas na calçada de sua casa, onde a vizinhança se reunia para jogar conversa fora. "Ali, alinhávamos o cansaço do dia de trabalho, as inseguranças da vida e nos reabastecíamos com esperança de termos dias melhores, pois com ele, não tinha tristeza e não tinha problema sem solução", prossegue a amiga e vizinha.

Com sua sabedoria, o Seu Sebastião orientava, ensinava, corrigia e acalmava todos que conviviam com ele.

Viveu digna e honestamente. Constituiu uma família linda, teve filhos, netos e bisnetos, todos exemplares e dignos. Cercado de amigos, que hoje guardam seus ensinamentos, o bairro Novo Aeroporto agora está mais triste.

"Meu amigo se foi... Lutou bravamente, mas infelizmente, tornou-se mais uma vítima da Covid-19. Você fará muita falta, 'Coisa Feia'!", despede-se Rita.

Sebastião nasceu em Mato Grosso (MT) e faleceu em Três Lagoas (MS), aos 88 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela amiga e vizinha de Sebastião, Rita de Cassia Avila. Este texto foi apurado e escrito por Alessandra Capella Dias, revisado por Lígia Franzin e moderado por Phydia de Athayde em 5 de outubro de 2020.