Memorial dedicado à história
de cada uma das vítimas do
coronavírus no Brasil.
Ficou marcado pelo amor que dedicou à família.
Acreditava que era preciso ser forte e lutar, mas sempre com um sorriso.
O cafezinho quente era passado por ela todos os dias pontualmente às três da tarde; uma verdadeira tradição.
Quem sabe não carregava uma samambaia debaixo das mangas morcegas, sorrindo com seu batom vermelho.
Amava a simplicidade dos almoços de família na chácara, onde compartilhavam a mesa farta e deliciosas conversas.
Um guerreiro cheio de vida que adorava contar histórias e fazer os outros sorrirem.
Pai honesto e lutador que conseguiu amenizar suas ausências com amorosidade.
Fez com que os domingos fossem sinônimos de união, paz e aconchego.
Atravessava a cidade de bicicleta saudando suas pessoas favoritas.
Migrou do Direito para a Medicina; sorte das crianças que foram cuidadas por ele.
Escrevia cartas para seus parentes do outro lado do oceano. Cartas em japonês.
Seus famosos pastéis tinham gostinho de quero mais. O segredo? Ela contava apenas aos filhos.
Estar com a filha, pescar e jogar cartas com os amigos eram suas maiores paixões.
Churrasqueiro habilidoso, curiosamente seu prato preferido era bacalhau.
Ele viveu da melhor maneira que poderia, sempre sorrindo e fazendo piadas.
Ele acreditava na comunicação como meio de transformação.
Sempre saudoso do tempo em que se andava de carro de boi.
Uma vida de muitas histórias.
Homem valente, colecionador de facas. Um verdadeiro leão com muitas histórias pra contar.
Sempre acompanhado do seu radinho de pilha, aumentava o som das músicas sertanejas de raiz , logo que amanhecia.
Luzia sempre foi curiosa e muito determinada. Artesã de mão cheia, gostava muito da arte do crochê e da pintura.
Com seus olhinhos fechados, que pareciam adormecidos, estava atento a tudo ao seu redor. Um verdadeiro sábio!
Dizia que quando se quer algo, é preciso visualizar e desejar muito. Um dia acontece.
Todos os filhos, netos e bisnetos se sentiam “o preferido” dela, tão grande era a sua capacidade de amar.
Compadecida daqueles que mais necessitavam, chegou a doar sapatos de pessoas de sua família.
Cuidadosa e caridosa, ela foi a tradução do amor.
Ligava todos os dias para a filha, apenas para saber se estava tudo bem.
Presença garantida nas festas da escola, selava seu amor imenso com um carinhoso beijo na testa.
Não havia tristeza que seu abraço não curasse.
Gostava de adivinhar, junto com a neta, quem estava chegando em casa, pela batida do portão ou pelo som dos passos.
“Buscai primeiro o reino de Deus e outras coisas vos serão acrescentadas”, dizia ele.
Portuguesa que construiu sua vida no Brasil, amava estar cercada de plantas.
A risada em alto astral de Leley dava a alegria esperançosa para os dias.
Fez da calçada da sua casa o lugar de encontro preferido dos amigos e vizinhos.
Comemorava seu aniversário em pleno Natal, com alegria e acolhimento.
Amava a sensação das ondas do mar batendo e voltando nos pés.
Doava-se com alegria sem pedir nada em troca, fosse atuando em projetos humanitários, ou fazendo o feijão preferido do filho.
Ela era uma supermãe!
Viveu lutando contra o medo, usando sonhos e amores.