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Sônia Maria Barbosa da Silva

1945 - 2021

Amava ajudar o próximo a ponto de que ninguém que passava pela sua vida saía do mesmo jeito ou de mãos vazias.

Mãe, avó, bisavó, amiga amorosa e uma mulher que amou um único homem. Uma pessoa que sofreu muito, mas não perdeu a alegria e a doçura e que, ao contrário, desenvolveu muita força, coragem e generosidade.

Uma guerreira que criou e cuidou sozinha das filhas, fazendo de tudo para alimentar suas crianças e, para isso, foi empregada doméstica, babá, sacoleira. Quando se tratava de suas filhas ela virava uma leoa. “Tinha colo acolhedor e uma risada que enchia a casa e as nossas vidas”, conta a filha Ioná.

Era muito leal e os poucos amigos que teve — e estes eram mais chegados que irmãos — ficaram para toda a vida.

Apaixonada por festas, considerava o mês de junho especial por causa das Juninas, que representavam a sua oportunidade de confraternizar com os que amava.

Nos últimos cinco anos Sônia foi diagnosticada com Alzheimer e, sem muita noção das coisas, queria sair e visitar as amigas durante o período de reclusão imposto pela pandemia, esquecendo-se que isso representava um perigo.

Morreu esperando pela vacina, que nunca chegou para ela.

Uma filha de Sônia também foi uma das vítimas da Covid-19. Para conhecer um pouco de sua história acesse a homenagem a Iara Mariano Barbosa da Silva neste Memorial.

Sônia nasceu em Recife (PE) e faleceu em Olinda (PE), aos 75 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Sônia, Ioná Mariano Barbosa da Silva. Este tributo foi apurado por Lucas Cardoso e Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 5 de outubro de 2023.