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Terezinha Rodrigues Limeira

1945 - 2020

Tereza, Terezinha, madrinha, amiga, conselheira, guia... a conhecida e inesquecível tia Teca.

A família Limeira recorda com gratidão a sua memória, a mãe que sempre foi para todos, a que fez tudo por todos, sempre dando broncas, mas com carinho.

Foi uma mulher sempre fortemente ativa e criativa. Não tinha ensino superior, mas parecia ser “doutora do saber”. Concursada, trabalhou muitos anos nos Correios da cidade de Maravilha, no Sertão de Alagoas.

Chegando em sua aposentadoria, não quis e nunca parou, começou a bordar, criava tiaras, laços, bonecas, e, toda vez que nascia um bebê na família, ela “batizava” com uma manta bordada. A cidade inteira conhecia Terezinha Limeira, a “Teca dos Correios”, sua casa sempre cheia de sorrisos e muita alegria até a madrugada. Sempre exigente, mas com generosidade, ajudando a todos sem exceção. Perdeu seu marido ainda quando estava no exercício profissional, não teve filhos, mas todos os sobrinhos tornaram-se parte do ventre que não gerou. Mulher guerreira, honesta, trabalhadora.

Exemplo de mulher, de ser humano. Sempre amorosa com todos ao seu redor, procurava entender e aconselhar. Foi uma tia coruja, maravilhosa e especial na vida de todos que a conheciam. Era como uma leoa que amava e defendia seus sobrinhos e todos de sua família. “Eu não tenho dinheiro, não sou rica”, era a frase mais utilizada por ela. Terezinha sempre honesta, com ensinamentos que jamais serão esquecidos, pois eles contribuíram para todos se tornarem melhores.

Ela era “tecnológica”, tinha WhatsApp, Facebook e até Instagram, sempre mandando mensagens, notícias, ligando, comentando, curtindo. Sabia de tudo um pouco, gostava de comentar, ajudar. A cidade conhecia sua casa como a pensão, o hotel, o ponto de todas as noites. Hoje o seu cantinho está lá. Terezinha Rodrigues Limeira sempre deu seu melhor em tudo que fazia. Foram muitos momentos inesquecíveis. Mesmo com suas dores, com as inquietações, era uma mulher extremamente forte. valente como a seca do Sertão, como chuva nos dias de verão. Longe dos nossos olhos, mas presente em nossos corações. Terezinha deixou como legado o amor na família Limeira.

Terezinha não é só um número.

Terezinha nasceu Maravilha (AL) e faleceu Maceió (AL), aos 75 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo sobrinho e também jornalista de Terezinha, Carlos Rodrigues Limeira. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Ana Beatriz de Gusmão Rodrigues, revisado por Otacílio Nunes e moderado por Rayane Urani em 12 de setembro de 2020.