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Valdemiro Machado de Oliveira

1948 - 2020

Estava sempre disposto a ajudar. Seu lema era “quem não vive para servir, não serve para viver”.

Nascido no interior de Pernambuco e criado com mais dez irmãos, Valdemiro foi para o Recife aos 18 anos para servir ao Exército. Na instituição, chegou a ganhar uma medalha de honra.

Foi nessa época, ainda bastante jovem, que conheceu Marisa, e os dois se apaixonaram. Depois de seis anos, entre namoro e noivado, casaram-se e tiveram três filhos e cinco netos. “Foi uma vida a dois feliz, que durou mais de 50 anos, sendo 44 anos deles de casamento”, conta sua filha Lilia, dizendo que o pai era uma pessoa alegre e que ele se sentia realizado com a família, a quem dedicava seus melhores momentos.

“Meu pai era do signo de Virgem, o que que lhe deu a característica de ser perfeccionista. Sempre dava o melhor de si, tanto na atividade profissional, como no convívio familiar. Ele teve uma vida de muita luta, muito trabalho”, relata Lilia.

Antes de se aposentar, Valdemiro atuava como montador mecânico na Chesf, viajando muito a trabalho: “Essa sua última partida foi como uma viagem. Não tivemos tempo de nos despedir, não pudemos ver seu corpo uma última vez. Isso nos deixou a impressão de que um dia vai voltar e que tudo isso não passou de um sonho ruim”, diz a filha.

Ela conta que o pai foi um homem íntegro e um modelo de honestidade para todos ao seu redor. Também era muito amigável: “Gostava de receber amigos e familiares em sua casa e sua comida preferida era cuscuz”. A filha ressalta ainda que o pai tinha muita boa vontade para ajudar quem precisasse: “Uma frase que ele sempre falava era: ‘Quem não vive pra servir, não serve pra viver’”.

Lilia diz que Valdemiro não tinha bens materiais, mas deixou aos filhos o exemplo da integridade: “Um ser humano iluminado que deixou de herança os ensinamentos de como se tornar um homem digno. Sua solidariedade, respeito ao próximo e amor à família foram os seus alicerces”.

A filha afirma que, além dos bons exemplos, o pai deixa também muitas saudades, e os amigos e familiares sentem falta de sua presença e alegria: “Deus o levou na época do São João, a festa que ele mais gostava. Assim, ele foi alegrar o céu cantando músicas do seu ídolo, Luiz Gonzaga”.

Valdemiro nasceu em Limoeiro (PE) e faleceu em Recife (PE), aos 71 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Valdemiro, Lilia Alves de Oliveira. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Renata Meffe, revisado por Gabriela Carneiro e moderado por Rayane Urani em 2 de novembro de 2020.