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Wellington Adamastor Soares

1965 - 2020

Wellington venceu suas lutas particulares e encontrou, na fé, seu resgate. Foi um altruísta perfeito e silencioso.

Esta é uma mensagem de Rogério Carvalho sobre seu cunhado e amigo Wellington:

"Quando você ouvir a história da lagarta que virou borboleta, lembre-se deste rosto.

Eu vi um homem enfrentar seus percalços, falhas e fantasmas para virar um excelente profissional, um amigo de verdade e, acima de tudo, um pai e avô extremamente amoroso.

Quando você for assistir aos shows de superação, lembre-se deste rosto, porque as maiores vitórias acontecem no dia a dia, na intimidade da família ou do próprio quarto.

Eu vi um homem ajudando pessoas com as quais não tinha compromisso algum, numa madrugada qualquer, exposto à sua própria dificuldade.

Mas, não temos respostas para todas as coisas e, num dia qualquer, uma “gripezinha” encontrou esse homem...

Aos que tem dúvida, digo, sem rancor, que as coisas podem voltar ao normal. A economia pode voltar ao “normal”. A sociedade pode voltar às suas atividades, mas este homem, não pode voltar.

É claro que, pela fé, nem a morte pode nos vencer ou nos distanciar do amor do Pai. E tenho alento nisso, mas é inegável a falta que um amigo nos faz. E este homem foi um amigo mais chegado que um irmão.

Nesta terra, a morte vai acontecer, independente da nossa vontade. E não adianta tentar explicar isso. Simplesmente acontecerá. Mas cremos no resgate e amor eterno de Deus. Wellington Adamastor Soares, meu cunhado, nos braços do Pai!"

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Esta é uma mensagem da filha de Wellington, Debora Sena:

Por muitos anos foi conhecido como "Zóio" por causa de seus olhos grandes.

Porteiro, gostava de ler a Bíblia e de ligar ou mandar mensagem pra todos os filhos só pra ter certeza que todos estavam bem. Wellington deixou sete filhos de sangue, Thiago, Leandro, Talita, Yasmin, Juniara, Gabriela, Isabela e um filho do coração, Riquelme.

"Ele sempre mandava um versículo da Bíblia pra todos os seus contatos, sem exceção. Além disso, sempre ligava pro seus filhos a noite pra saber se tinham jantado e perguntar o que comeram de bom." conta filha Debora.

Era apaixonado pelos netos, pela igreja que frequentava e adorava pizza e qualquer tipo de doce, inclusive comia escondido, pois tinha diabetes e os filhos não deixavam ele comer.

Ele era do tipo amigão de todos. Na rua, cumprimentava até quem não conhecia. Fazia amizade muito fácil e cativava as pessoas. Ele era do tipo que não pensava em si, só pensava no bem estar dos outros, em especial os filhos e netos.

Sua maior virtude era amar a todos sem distinção. Ele era peculiar e tinha um jeito muito particular de ver a vida, as pessoas. Ele era incrível!

"Vivemos muitos momentos difíceis, mas também tivemos vários momentos bons. Quando eu e meus irmãos éramos crianças, ele brincava de esconde esconde dentro de casa, era a maior bagunça, uma alegria. O momento que mais me marcou com ele foi nossa última conversa, onde ele disse estar muito feliz com as mudanças que Deus fez em minha vida e sem motivo algum disparou a frase 'filha, sei que você está feliz com sua nova vida e muitas coisas boas ainda estão por vir, você será eternamente feliz, o pai te ama'. Tenho certeza que ele gostaria de ser lembrado por sua luta em ser um pai cada dia melhor e um avô amável, amigo."

Suas últimas palavras foram através de uma carta, enviada a todos os filhos, dois dias antes de falecer. Ele escreveu: "Meus filhos, se acontecer alguma coisa comigo, não quero que fiquem tristes e desesperados, quero que continuem firmes, com fé e segurando nas mãos de Deus.".

Wellington nasceu em São Paulo e faleceu em São Paulo, aos 55 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo cunhado e pela filha de Wellington, Rogério Carvalho e Debora Sena. Este tributo foi apurado por Michelly Lelis, editado por Raiane Cardoso, revisado por Juliana Holzhausen e moderado por Rayane Urani em 26 de novembro de 2020.