1951 - 2020
Amava festas, mas com pouco barulho. Era engraçada, animada e muito companheira.
Preta, dona Preta, tia Preta — assim era conhecida e carinhosamente chamada pelos seus amigos e familiares.
Nascida no interior da Bahia, era a caçula de 5 irmãos. Teve uma infância marcada pela pobreza. Perdeu o pai no ano seguinte ao seu nascimento, e isso fez com que as coisas ficassem ainda mais difíceis.
Durante muito tempo, dona Preta dividiu-se entre estudar em casa e trabalhar na roça, no plantio e cultivo de alimentos — dali saía o sustento da família.
Casou-se aos 18 anos, e começou a construir sua própria família. Foi mãe de quatro filhos, criados no mesmo cenário de simplicidade.
Em busca de melhores condições de vida, mudaram-se para São Paulo. Viveram por sete anos em uma comunidade de Guarulhos e, posteriormente, em Osasco, onde fixaram moradia.
Dona Preta dedicava-se ao cuidado da casa e dos filhos, enquanto seu esposo buscava o sustento da família. Foram casados por cinquenta e um anos, uma relação de amor, paciência e amizade que se fundiu ao longo do tempo, gerando cumplicidade e compromisso. Para Silas, ela era mais do que esposa, era sua melhor amiga e o seu grande amor.
Descrita como uma mulher simpática, carinhosa, atenciosa e guerreira, deixou um legado de força, humildade e superação. Era a amiga conselheira, alto astral, vaidosa e engraçada, que todos amavam.
Conseguiu realizar sonhos e mudar de vida. Foi mãe, avó, bisavó, sogra e esposa, querida e amada em vida.
Das coisas que lembram Dona Zaunilte, a simplicidade, a alegria, a determinação e a bondade são as que se eternizarão nos corações de quem teve a oportunidade de partilhar a vida com ela.
Zaunilte nasceu em Rio do Pires (BA) e faleceu em Osasco (SP), aos 69 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de Zaunilte, Juliana Pereira Sales Leite. Este tributo foi apurado por Hélida Matta , editado por Leiana Isis Oliveira, revisado por Renata dos Passos e moderado por Rayane Urani em 14 de março de 2021.