1982 - 2020
Uma heroína que perdeu a vida para salvar vidas.
Adelita era uma mulher de costumes. Primeiro porque tinha um dia religioso para fazer um churrasco entre os amigos. Se fosse sábado, quem estava no grupo seleto sabia: haveria uma boa carne, uma cerveja e muita brincadeira. Tinha reclamação de vez em quando, logo de Delita, que falava logo se algo não lhe agradasse.
Não teve filhos, mas criou laços com o sobrinho. Gostava de levá-lo para passear de vez em quando. Chegava do passeio, devolvia aos pais. Nos churrascos, pedia que não lavassem as coisas. Queria dormir. E tinha esse mesmo comportamento quando a chamavam para sair: na mesma medida em que queria ir curtir, queria dormir e descansar. Era assim, cheia de manias.
Delita era profissional da área da saúde. Técnica em enfermagem e de laboratório, trabalhou durante a pandemia até onde conseguiu. E conseguiu ajudar muitas pessoas. Em vida, fez campanha a favor do isolamento social.
Ao falecer, foi considerada “uma heroína que perdeu a vida para salvar vidas” pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado.
Adelita nasceu em Itapaci (GO) e faleceu em Goiânia (GO), aos 37 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido de Adelita. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Josué Seixas, revisado por Lígia Franzin e moderado por Edson Pavoni em 21 de julho de 2020.