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Adriana Milharezi Abud

1967 - 2021

De boa conversa, humor inteligente e perspicácia ímpar, trazia leveza aos mais diversos assuntos

Adriana e Maria José, sua mãe, moravam juntas. As amigas Silvia e Maria do Carmo contam que “Adriana sempre foi muito parceira de sua mãezinha”. Amava sua irmã, Andreia, suas duas sobrinhas e seu cunhado.

Adriana era professora de Língua Portuguesa. Segundo a mãe e as amigas, “sua atuação como professora na Universidade e na Educação Básica deixou uma marca de humanidade. Sempre respeitava seus alunos e os estimulava a superar limitações, incentivando-os a seguir em frente”. A amiga Eliana complementa que “só ela sabia ensinar Língua Portuguesa de uma maneira leve e, ao mesmo tempo, eficiente”.

Ela sempre foi muito organizada, desde pequena. A amiga Maria do Carmo se lembra da mesinha do jardim da infância de Adriana, que se sentava na fileira ao lado: “a mesinha estava sempre arrumada. E foi assim a vida toda. Muito organizada!”

Nas horas vagas, Adriana gostava de estar com a família, sair com amigos e ir ao teatro. A mãe e as amigas contam que Adriana “adorava musicais e ultimamente estava gostando de cozinhar!”

Amiga dos amigos, presente nos incontáveis momentos de alegria, muitas vezes por ela proporcionados, Adriana era verdadeiramente companheira.

Dedicação foi sua característica diante da vida, em seu trabalho, em sua família, numa busca pelo equilíbrio e pela justiça. Respeito, inteligência, sabedoria e amorosidade são outras qualidades que sintetizam a trajetória de Adriana, conforme descrevem a mãe e as amigas: “respeito esteve presente em todas as suas relações humanas: com alunos, colegas, amigos e com as pessoas com quem conviveu. Tinha inteligência para compreender a natureza das coisas e o significado da vida, para se divertir e buscar o lado agradável de se viver com alegria. Com sabedoria aconselhava as amigas, mas sem tomar decisões por elas! Dedicava amor à família, a seus pais e às adoráveis sobrinhas”.

Adriana pôde aproveitar a riqueza de cores e sabores pelos mais diversos locais em que teve a oportunidade de estar e conviver. Maria José e as amigas acreditam que "ela já ocupava um outro patamar e foi continuar sua missão em outra esfera! É uma pessoa que conseguiu encontrar a essência da vida”.

Amizade, dedicação, respeito, inteligência e amor representam a essência de Adriana. “Talvez por essa razão, talvez por ter atingido um grau evolutivo diferente, tenha realizado essa transmutação, que pela tristeza, por não termos mais sua presença, consideramos prematura; mas ela viveu, cotidianamente, os aspectos fundamentais da existência e deixou lições de vida! E deixou saudades!”, registram a mãe e as amigas.

Em sua página no Facebook, Eliana conta que Adriana postou uma música cantando “Enquanto Houver Sol”, dos Titãs. “Ela se foi, mas sempre será um sol a nos guiar, para reavivarmos sua imagem de pessoa íntegra, comprometida com o trabalho, amorosa com a família e os amigos, enfim, um exemplo a ser seguido”.

Adriana nasceu em Taubaté (SP) e faleceu em Taubaté (SP), aos 53 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela mãe e pelas amigas de Adriana, Maria José Milharezi Abud, Eliana Vianna Brito Kozma, Silvia Pompeo e Maria do Carmo Souza de Almeida. Este tributo foi apurado por Denise Stefanoni, editado por Denise Stefanoni, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 10 de agosto de 2021.