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Adriane Alves Dos Santos

1994 - 2021

O apelido Linda não falava apenas de sua aparência, mas da beleza que Adriane trazia em sua alma.

Adriane falava o idioma do afeto. Usava o diminutivo para demonstrar carinho aos seus. Era comum ela acrescentar o parentesco no diminutivo: Irmãozinho Son, Cunhadinha Pê e assim por diante... De seus lábios, nunca se ouviu um insulto ou, sequer, palavras negativas.

Ela também ganhou um apelido - Linda! De acordo com a cunhada, Pedrina, a beleza de espírito era tão ou mais exuberante que a física. Valorizava os laços familiares, tornou-se grande amiga das primas e uma companhia querida para os tantos amigos que fez.

Baiana, Linda se mudou para São Paulo em busca de progresso financeiro. Era vizinha dos irmãos e a "Tia da Piscina" dos sobrinhos Ana e Marco. Esse outro apelido foi inspirado na paixão de Adriane por nadar. Além de se banhar em água doce, ela também amava o mar, além de apreciar a natureza e os animais.

O nome dela foi escolhido pela irmã, Adriana. Ela inspirou-se na namorada de Airton Sena, Adriane Galisteu. Assim, elas eram a dupla dinâmica Adriane e Adriana. Francisca e Almir, seus pais, eram orgulhosos da caçula de sete filhos.

Gostava tanto de estar com os familiares que o sonho dela era ter a uma grande família, com cinco filhos, desejo raro entre os jovens da idade dela. Também desejava se formar em Fisioterapia.

"Foi um presente que Deus nos deu para passar uma época aqui na Terra nos iluminando com sua bondade. Trazia paz e alegria para nossos dias. Tinha muitos amigos", conta a cunhadinha Pê.

Adriane também era uma apreciadora da simplicidade, valorizava cada instante da vida.

Linda passava férias na Bahia para fazer uma das coisas que mais gostava - passar o tempo com os pais - quando ficou doente. A última viagem permitiu que ela fosse cuidada em seu estado natal, perto do mar que ela tanto amava e da sua família. Recebeu muitas orações quando adoeceu. Adriane também amava a Deus sob todas as coisas.

A dor pela partida da jovem Linda não é maior que o amor e uma certeza:

"O céu é para quem não desiste de voar", como Adriane dizia.

Pedrina, prima que se tornou a Cunhadinha Pê, conta que essa é uma homenagem em nome de todos os irmãos: Adriana, Fabiana, Fernanda, Sandra, Edson e Roque; dos pais, Almir e Francisca.

Adriane nasceu em Maracás (BA) e faleceu em Ilhéus (BA), aos 26 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela cunhada e prima de Adriane, Pedrina Laura Alves Ferreira. Este tributo foi apurado por Larissa Reis, editado por Talita Camargos, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 30 de novembro de 2021.