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Agnaldo de Oliveira Gomes Júnior

1976 - 2021

Jornalista apaixonado pelos Igarapés amazonenses; Gui possuía a energia do sol e a suavidade da espuma do mar.

Sua profissão já diz muito, Agnaldo foi um jornalista ambicioso, com um coração aventureiro e muita história pra contar. Foi repórter, gerente de jornalismo e empresário. Morou em Portugal para fazer seu mestrado, e voltou escritor e ativista ambiental pela Amazônia.

A paixão pela vida transbordava dele para o mundo, era uma chama quente no universo. Cheio de energia e vontade, Agnaldo mergulhava, pedalava, remava, dançava, cantava e encantava; não há ninguém que não quisesse tê-lo por perto.

Júnior para a família, Gui para os amigos. O amazonense foi vida por onde passou, fosse cantando Lulu Santos ou defendendo a preservação da Amazônia. Afinal, um flamenguista roxo e roqueiro nas horas vagas não poderia ser diferente.

Foi aluno do colégio militar de Manaus, onde jogou basquete e tocou trompete. “Tinha orgulho da instituição e dos amigos.” Relata Viviane, sua irmã. Gui foi desde sempre apaixonado pela mistura louca de arte e esporte.

Quando, aos 44 anos, descobriu que precisaria de um rim novo para sobreviver, Agnaldo, com toda a sua intensidade delirante, decidiu viver todos os dias como se fossem os últimos.

Fez planos infalíveis. Queria mudar para uma casa, montar uma cafeteria, voltar à Europa e curtir sua aposentadoria nas belas praias de Arraial do Cabo. Que beleza seria ouvi-lo cantando Lulu Santos sentado na Areia.

Agnaldo se foi em um desses dias que ele vivia como se fossem os últimos. Tereza sua namorada, Vivi e Jéssica suas irmãs, Luís e Pedro seus filhos e Marvin seu sobrinho, vão para sempre imaginá-lo conquistando tudo que sonhou.

O amor de Agnaldo era intenso como ele, e Tereza que o diga. A família era, entre todas as suas paixões, a maior.

Sua intensidade contagiosa vai deixar saudades. Os igarapés e as praias de Arraial vão ser pra sempre uma lembrança viva desse homem-chama que viveu lindamente.

Agnaldo nasceu em Manaus (AM) e faleceu em Manaus (AM), aos 44 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela irmã de Agnaldo, Viviane Passos Gomes. Este tributo foi apurado por Larissa Reis, editado por Rebeca Anzelotti, revisado por Rayane Urani e moderado por Ana Macarini em 29 de maio de 2021.