1947 - 2020
Carregava consigo a crença de que a vida é bela demais para nos preocuparmos com coisas desnecessárias.
Alberto era conhecido no seu bairro como o Albertino da Família Barão, mas para os netos, ele era apenas o Vovô Beto, que se encantava com os momentos que passava com Manu, Ênio, Érick, Cássia, Henrique e João.
Cleide era o nome do grande amor de sua vida, e ambos faziam tudo juntos, do pagamento das contas às compras do supermercado e, para os filhos, era o grande pai da Maria Leda, Marcio e Marcelo, e aquele que soube manter a família sempre muito unida, mesmo morando distantes, e que, quando se encontravam, aproveitavam para passear nos parques e lanchonetes.
Ele era motorista de ônibus, mas sua paixão era viajar pelas estradas, trabalhando como um bom motorista de caminhão. Muito engraçado, levou alegria às pessoas trabalhando também como palhaço em um circo de sua cidade quando, confiando em seu potencial humorístico, se apresentou como candidato a uma vaga profissional e foi contratado.
A neta Emanuelle conta que ele era naturalmente engraçado: “Impossível mesmo era ficar ao menos um minuto sem rir ao lado de meu avô”.
Paralelo ao seu lado engraçado, ele se irritava facilmente, sendo daquele tipo popularmente chamado de “pavio curto”. Para saber se ele estava só um pouco bravo ou com raiva, bastava reparar se estava rangendo os dentes.
Em suas horas livres, aproveitava para tirar um cochilo e recarregar suas energias. Além disso, gostava de passear pela cidade.
Emanuelle comenta ao se lembrar do avô: “Foi no silêncio que ele nos deixou o maior ensinamento. Foi, infelizmente, só no fim que eu pude entender o que ele queria nos dizer quando dizia que a vida é bela para nos preocuparmos com coisas desnecessárias. Não é preciso ter uma casa bela, um simples cômodo basta. Foi no silêncio que aprendi que nós, enquanto estamos de passagem nesse mundo, não somos nada, e que não sabemos como e nem quando será o nosso último suspiro.”
Partiu deixando importantes ensinamentos sobre a essência da vida como estes.
Alberto nasceu em Parnaíba (PI) e faleceu em Parnaíba (PI), aos 73 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de Alberto, Emanuelle Sousa da Silva. Este tributo foi apurado por Luisa Pereira Rocha, editado por Vera Dias, revisado por Elias Lascoski e moderado por Rayane Urani em 30 de novembro de 2021.