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Alberto José de Barros

1947 - 2020

Nordestino arretado que na festa junina laçou um coração.

Alberto, ou Betuca, como era conhecido carinhosamente por todos. Foi uma pessoa extremamente brincalhona e com um coração maior que suas mãos. Adorava degustar as comidas da sua cidade natal, Recife. Assim como a degustação, amava comemorar os aniversários e as datas comemorativas junto com a família. E não poderia deixar de falar do seu time do coração, o Fluminense – que assistia a todas as partidas na televisão.

Alberto conheceu a esposa, Madalena, em uma festa junina, trocaram olhares e dançaram algumas músicas, e assim, engataram um romance. Casaram-se em 1975 e em 2021 iriam completar 46 anos de muita união e companheirismo. Dessa união tiveram duas filhas, Alessandra e Adriana.

Adriana, sua filha caçula, era carinhosamente chamada por ele de Tokito.

Aos 17 anos, com os pais, Andronico José e Alzira, saiu de Recife e foi morar no Rio de Janeiro; lá serviu o exército. Na cidade carioca iniciou sua vida profissional – seu primeiro e único trabalho foi de supervisor de corte de uma indústria de Jeans e nessa empresa era conhecido carinhosamente como Barros.

Foi por meio do trabalho que proporcionou uma vida confortável para sua família, sempre almejando o melhor e estendendo a mão a todos por onde passava. Adriana relembra carinhosamente: “No condomínio que moramos ele distribuía doces para as crianças e ajudava a todos que precisassem de algo na vizinhança”.

Saudosa, a filha, recorda: “Como nasci às 23:55 do dia 07/03, meu pai brincava que iria me parabenizar somente às 23:55, mas no dia do aniversário quando eu acordava, ele já vinha com todo amor e carinho me parabenizar e beijar”. Acrescenta: “Quando eu era criança tinha um ciúme enorme do meu pai, eu era muito apegada a ele e se alguma conhecida mulher falasse com meu pai, eu o ficava “cutucando”.

“Na infância até a fase de adolescência, meu pai antes de sair para o trabalho, mesmo eu e minha irmã estando dormindo, ele ia até o quarto e nos dava um beijo e em seguida se despedia da mãe. Era a forma carinhosa de demonstrar o amor e o carinho por nós”, relata Adriana.

Adriana faz uma última homenagem ao pai: “Ele era um super pai, um grande marido. Pessoa dedicada à família e amigo de todos. Ele é o amor da minha vida”. E acrescenta: “Nossa família ama muito, você, meu pai, e temos muito orgulho de ti. Você é o melhor pai do mundo”.

Alberto deixará grandes saudades e um legado de muito amor, carinho e generosidade.

Alberto nasceu no Recife (PE) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 73 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Alberto, Adriana José de Barros. Este tributo foi apurado por Lucas Cardoso, editado por Thalita Ferreira Campos, revisado por Ana Macarini e moderado por Rayane Urani em 30 de maio de 2021.