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Alcides Gaspar Branco

1944 - 2020

Para Cido, nunca faltou disposição para fazer o bem.

“Tem pessoas que não têm um coração, ela é o coração”. É assim que Solange, uma das muitas sobrinhas, se refere ao tio, com enorme carinho. Uma forma de gratidão em devolutiva a todos os anos que partilharam juntos, entre momentos protagonizados pela bondade, o coração grandioso de Alcides e seu carisma.

Um ser humano que, preocupado com o bem-estar das pessoas, colocava-se em segundo plano para ajudar aos amigos, de olhos fechados e mãos sempre abertas. Era um homem generoso, amável, apaixonado pela família, que visitava com frequência, por Portugal, o país amigo, Ângela Maria, a cantora de sua vida, e pelo Corinthians, time que ocupava um pedaço enorme em seu coração, junto aos sobrinhos que ajudou a criar, aos muitos amigos e a todos com que tinha raízes afetivas.

De um amor que transbordava, era um homem de fé e coragem, que aproveitava as oportunidades que surgia no caminho com vontade, e que não media esforços e forças pra ir atrás do que almejava. Esforçado, foi assim que, mais velho e aposentado, trabalhou como atendente numa pizzaria, para complementar a aposentadoria, fruto de outros empregos.

Conhecido por cuidar, amar e fazer o seu melhor sempre, desprendido de bens materiais — os quais vendia se preciso fosse para ajudar — o que importava para ele era os sorrisos das pessoas. Principalmente os sorrisos dos sobrinhos, seus filhos do coração, que quando pequenos, junto a ele, protagonizavam a famosa “guerra de amendoins", que acaba em diversão, é claro.

De personalidade forte e marcante, era intenso e verdadeiro em tudo o que fazia. Um amor. Um verdadeiro anjo, eles disseram.

Alcides nasceu São Paulo (SP e faleceu São Paulo (SP), aos 76 anos, vítima do novo coronavírus.

Jornalista desta história Weslley Carvalho, em entrevista feita com sobrinha Solange, em 23 de maio de 2020.