1981 - 2021
Foi o Doutor da Alegria, para crianças no hospital; e o homem do "sopão" para desabrigados, quando vinha o frio.
Alexandre escolheu nascer no Dia do Amigo e preferia ser chamado de Xhandy, com "x", "h" e "y". Era um amigo daqueles em que sobrava companheirismo e parceria não faltava, como se personificasse o dia do seu nascimento. Fazia amizade em todo lugar, até na fila da padaria. Seu círculo de amizades era completo, tinha pessoas de todas idades e estados.
Sua filosofia de vida era "carpe diem", vivia como se cada dia fosse o último. "[...] ele era o cara que soube aproveitar demais a vida, qualquer oportunidade que aparecia, lá estava ele, aproveitando", lembra Jeniffer. Perto de Xhandy não havia tempo ruim, nem festa ruim: ele animava os eventos rindo alto, brincando com todos e dançando como se fosse a última festa do ano.
Todo mundo sabia quando Xhandy estava em casa: adorava ouvir música, botava o som no alto. Da escadaria do prédio já se podia apreciar as canções tocadas no apartamento dele. Convidava os amigos e familiares para saborearem os pratos que ele preparava e ter o apartamento cheio o deixava feliz. Cozinhava muito bem, com prazer e carinho, "e a comida era maravilhosa", conta Jeniffer.
"Ele era o porto seguro da nossa família. Fazia questão de estar presente, amava a todos com o todo coração. Foi um irmão, um pai e um amigo para mim. Sua partida deixou um vazio enorme no meu coração" lamenta, saudosa, Jeniffer.
Outra irmã, Rafaela, conta que "ele era o tipo de pessoa que todos queriam por perto". Dono da melhor risada do mundo, era alegre, extrovertido, simpático e tratava todos da mesma forma. Xhandy tinha um coração tão grande quanto seu abraço. Filho de pais separados, esforçou-se para estar presente na vida de ambos e foi o irmão que todos queriam ter.
Xhandy era um homem generoso, caridoso e com disposição para ajudar a todos, fossem amigos, familiares ou desconhecidos. Quando o frio chegava à cidade, saía do trabalho e ia fazer 'o sopão' para ser entregue àqueles que estavam em situação de rua. Além de alegrar a família e os amigos, dedicava-se a ser um Doutor da Alegria: trocava as roupas cotidianas pela indumentária de palhaço e ia alegrar as crianças que estavam no hospital.
Exercia sua profissão com muito esmero e não deixava o coração fora do seu trabalho. Xhandy era humano, acolhedor, bom ouvinte e compreensivo. "[...] independentemente do cargo que exercia, tratava todos por igual; sabia ouvir sem julgar e procurava entender a todos. Seus colegas diziam que ele deixava o ambiente de trabalho mais alegre e mais fácil", relata Jeniffer, sobre seu amado irmão. Ela conclui:
"Os dias de sol e calor são os que mais me lembram dele, porque são alegres como ele era. Esse meu irmão deixou sua marca. Foi o cara que topava qualquer serviço e divertia-se sentado na calçada com as pessoas que amava. Ele amou, viveu e deixou seu exemplo de como se deve viver".
Alexandre nasceu em Volta Redonda (RJ) e faleceu em Volta Redonda (RJ), aos 39 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela irmã de Alexandre, Rafaela de Barros Souza. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Claiane Lamperth, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 2 de agosto de 2022.