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Aline Bianchi Zanzini

1987 - 2022

Viveu cercada de luz e de sonhos.

Aline era uma menina/mulher maravilhosa, muito preocupada com todos que estavam ao seu redor e que sempre tentava de uma maneira ou de outra ajudar as pessoas.

Para a irmã Luana era um verdadeiro "doce". Amava o Rio de Janeiro apesar de ser paulistana. Vivia alegre, radiante, cheia de vida e só queria ser feliz, do jeito dela e, quando se assumiu como homossexual, isso parece ter sido uma libertação para ela.

Estava em uma relação com Lívia já havia três anos e faleceu poucos dias antes de casar com o seu grande amor. Nesse relacionamento, ela se apaixonou também por gatos e as duas eram tutoras do Chico, um bichano que se parece muito com o famoso Garfield.

Fez a faculdade de Rádio e TV e produzia audiovisuais. As pessoas que trabalharam com ela dizem que não havia um ser tão iluminado! Gostava de comer bem e adorava variar os restaurantes que frequentava.

Conta Luana sobre Aline: “Eu lembro que quando éramos pequenas (ela mais nova do que eu) e sempre, sempre a gente brincava muito e ela não aceitava que a brincadeira fosse diferente do que ela queria e saía correndo atrás de mim com um guarda-chuva... Nossa família vivia momentos felizes e ela estava tão feliz com a realização do sonho de se casar e continuar a vida com a esposa Lívia. O amor da vida dela era o Lorenzo (meu filho e além de sobrinho, afilhado) que ela eternizou em uma tatuagem. Ela só trouxe alegrias pra gente!”

Para Luana, Aline deixou como maior ensinamento que cada um deve ser sempre o que é, sem se importar o quanto isso incomode os outros e fazendo sempre o melhor possível para que seja retribuída pela vida.

Aline nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 35 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela irmã de Aline, Luana Bianchi Zanzini. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Vera Dias, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 20 de setembro de 2022.