1945 - 2020
Como um andarilho que nunca para, segue o rumo das estrelas, deixando que elas o levem para qualquer lugar.
Almir era conhecido entre amigos e familiares como Carecão.
Dono de uma liberdade como a que é natural nos pássaros, dificilmente aceitava ficar preso. Já havia se aposentado como motorista e ainda dirigia como ninguém.
Era uma pessoa feliz e de bem com a vida, gostava da casa cheia, de comemorar aniversários e era um exímio chefe de família. Um verdadeiro dono de casa. "Caprichoso, fazia os pudins mais deliciosos já provados por nós", conta a filha Bárbara.
Ele se realizou nas funções de pai, avô e bisavô; e, mesmo na ausência de laços sanguíneos, foi incrível nesses papéis. Nada disso importava para ele.
Foi também um grande galanteador, um apaixonado pelas mulheres e pela vida.
Fazia dos estádios Maracanã e do Engenhão, da Praia Vermelha e da Quinta da Boa Vista, seu quintal de casa. O Flamengo era seu time do coração. Mais que isso, Almir era um rubro-negro fanático e tinha Zico como seu ídolo maior.
Ele pagava seu plano funeral para que o dia da sua despedida fosse do jeito que ele gostava: com muitas pessoas chorando, contando e rememorando suas histórias.
A sua partida entristeceu muitos corações. A despedida não foi como planejada, mas as histórias e a memória de Carecão jamais serão esquecidas.
Almir nasceu em Teresópolis (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 75 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Almir, Bárbara Cristina Fontes da Silva. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Mateus Teixeira e moderado por Phydia de Athayde em 8 de janeiro de 2021.