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Almira Sarmento Aranha

1948 - 2020

Fã da Jovem Guarda, ouvia rádio todos os dias. Deixa um legado de luz e boas lembranças.

Foi uma paraense que cresceu na roça com sua mãe Alvemira e, assim que chegou à idade adulta, mudou-se para Manaus (AM) deixando muitos parentes queridos na sua terra natal.

Chegou à capital amazonense no início da formação da Zona Franca e logo começou a trabalhar nas lanchonetes da região central. Foi um período efervescente no qual muitos artistas famosos iam à cidade para comprar produtos eletrônicos. Era um orgulho para ela contar que chegou a servir cafezinhos para grandes personalidades como Glória Menezes, Tarcísio Meira, Wilson Simonal e Jair Rodrigues.

Pouco tempo depois conheceu Benedito e com ele se casou, vindo a ter três filhos nessa linda união que perdurou por 36 anos.

Era fã de carteirinha da Jovem Guarda e não perdia um especial de Natal do Roberto Carlos. Músicas como “O bom rapaz”, “As flores do jardim”, “Gosto muito de você” e “Pedrito” tocavam constantemente no seu rádio. Assim como o marido, era ouvinte assídua da Rádio Difusora e era parte de sua rotina sintonizar nessa frequência todos os dias.

Amava comemorar seu aniversário junto à família, mesmo que fosse que de forma simples. Gostava de pássaros e tinha muitas saudades da vida no interior. Com sua voz terna e suave, Almira tinha a fala carregada de sabedoria.

Era uma pessoa com muitas qualidades e a maior dela, segundo sua sobrinha Leide Aranha, é a generosidade.

"Sempre foi dedicada e amorosa com os filhos e o esposo, sua casa e seu coração estavam sempre de portas abertas para quem precisasse. Colocava o bem estar do próximo antes mesmo do seu. Eu, minha mãe e meus irmãos somos gratos por tudo o que ela fez por nós”, lembra com carinho Leide, que considerava a tia como uma segunda mãe.

No dia 20 de abril de 2020, toda a família se reuniu para comemorar o aniversário da sua neta mais nova. O filho Jonilson declara com carinho que hoje ela vive nas canções que tanto gostava e no amor que tinha pelos seus filhos e netos.

A sobrinha Leide termina sua homenagem dizendo: “Quem amamos sempre estará em nossos corações, seria impossível esquecer as lembranças dos bons momentos, das risadas, dos abraços, beijos e tudo que vivemos juntas. Eu pessoalmente vivi muitos desses bons momentos com a senhora, tia, e lembrarei de você sempre com carinho. Descanse em paz, na paz dos justos, na paz de quem sempre quis o bem, de quem sempre fez o bem”.

Almira nasceu em Óbidos (PA) e faleceu em Manaus (AM), aos 71 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela sobrinha e pelo filho de Almira, Leide Mara Aranha e Jonilson Sarmento Aranha. Este texto foi apurado e escrito por Isabela Andrade, revisado por Tatiani Baldo e moderado por Rayane Urani em 16 de março de 2021.