1951 - 2021
Migrante nordestino, gostava das músicas do Rei do Baião, identificando-se na alegria e bravura das canções.
Aloizo cansou de corrigir que seu nome não tinha o "i" a mais ("Aloizio"), como muitos pensavam, até que aceitou o apelido de Luís, como era conhecido por todos, especialmente pelo pessoal da mineração. Vindo de uma infância muito dura, de trabalho pesado na roça, ele foi tentar a vida em São Paulo, aos 17 anos; e foi nessa indústria que trabalhou a vida inteira, até se aposentar. "Formou sua família e fazia tudo por nós, nunca nos faltou nada", conta Cristiane, filha do meio, referindo-se à dedicação do pai por ela, seus irmãos, Denise e Eduardo, e suas sobrinhas, Beatriz e Amanda.
Além de um pai muito amoroso, tinha um coração generoso e acolhedor e gostava de deixar todos à vontade em sua casa. Oferecia café, almoço ou jantar, a depender do horário, e recebia todo mundo sempre alegre e com uma risada inesquecível. Quem entrava em sua casa também não saía sem ouvir pelo menos um forró. Amava ouvir e dançar o ritmo, especialmente as músicas de Luiz Gonzaga. Sua favorita do Rei do Baião era "Respeita Januário". Identificava-se com a alegria do cancioneiro, a dedicação ao trabalho e a coragem do povo nordestino. "Quero lembrar dele assim: feliz", comenta a filha.
Aloizo nasceu em Distrito de Abóboras (BA) e faleceu em São Paulo (SP), aos 69 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Aloizo, Cristiane Antonia da Silva. Este tributo foi apurado por Luciane Crippa, editado por Luciane Crippa Kobayashi, revisado por Elias Lascoski e moderado por Rayane Urani em 9 de novembro de 2021.