1961 - 2020
Alegre igual a quando cantava com os passarinhos, positivo como quando o sol nasce depois da tempestade.
Era o tipo de pessoa que celebrava a vida sem dar tanto ouvido às dificuldades. Por isso mesmo, fazer uma festa para comemorar a idade nova já estava em seus planos. Ele faria 60 anos no ano que vem.
Alvinho queria que todos lembrassem dele alegre e positivo:
Alegre igual a quando cantava com os passarinhos, positivo como quando o sol nasce depois da tempestade. Seu objetivo sempre foi a felicidade que as coisas simples da vida podem proporcionar a um homem.
Era um contador de histórias reais. Gostava de fazer churrasco no fim de semana e reunir todo mundo para ouvi-lo contar fatos e causos. E sempre tinha uma palavra sábia e bons conselhos.
Durante sua trajetória, exerceu muitas profissões: foi porteiro, entregador de gás em caminhão, frentista e, há mais de 10 anos trabalhava no próprio negócio, um bar.
"Meu pai lidava com muitas pessoas e era bastante conhecido por brincar com todos do bairro. Por onde passava deixava um pouquinho de alegria. No dia que casei, ele chorou feito uma criança", recorda Giseli Abecassis, fruto do matrimônio de 33 anos de Alvinho com Sheila.
Giseli recorda também que seu pai era apaixonado pela natureza e pelos animais, especialmente pássaros e cachorros, que ele cuidava com bastante dedicação. Nas horas vagas, Alvinho adorava pescar com os amigos. Voltava da pescaria igual criança quando ganha um brinquedo novo.
"Nós temos duas cadelas, Kika e Sofia, que apareceram na rua e meu pai resolveu pegar para cuidar. Mas na verdade foram elas que adotaram ele".
Sem poder sair para alguma aventura, os últimos dias tornaram-se difíceis para Alvinho, pois ele tinha hipertensão e fazia parte do grupo de risco.
Suas últimas palavras foram preces para que Deus protegesse sua família.
Alvaro nasceu em Belford Roxo (RJ) e faleceu em Nova Iguaçu (RJ), aos 59 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Alvaro, Giseli Abecassis. Este texto foi apurado e escrito por jornalista João Vitor Ferreira, revisado por Monelise Vilela Pando e moderado por Rayane Urani em 18 de julho de 2020.