1964 - 2020
Lene representou alegria e resiliência desde o seu nascimento.
Lene, como era chamada carinhosamente, lutou para sobreviver em meio às frustrações da adolescência e aos afazeres domésticos na casa da madrinha.
Casou, formou-se em Pedagogia e se descobriu a mulher mais feliz do mundo quando realizou o sonho de ser mãe. Dizia que quando crescesse teria uma filha chamada Gisele, como a boneca que viu em uma revista.
Foi mãe da própria mãe, dos dois irmãos especiais e de outros filhos acolhidos no coração. Sua Gisele nasceu em 1997, ressignificando seu propósito a partir dali. Para qualquer um que perguntasse, respondia: "Aqui é minha filha, minha vida e minha morte". E assim foi, até o último dia.
Adotou o Espiritismo como doutrina por doze anos, o que lhe contribuiu com os ideais da fé, esperança e caridade e a fez entender que as coisas e pessoas são temporárias e que, quando cumprimos nossa missão, partimos de volta para a pátria espiritual, onde a vida é mais leve.
O vírus chegou de surpresa e, sorrateiramente, apagou o semblante luminoso que ela entregou por tanto tempo. Após vinte e um dias de angústia e inconstâncias, a despedida chegou no dia 07/07, às 7 horas da manhã.
"Que sorte a dela, que sorte a nossa. Uma partida sem dor que deixou um vazio imensurável. Por aqui, seu legado de solidariedade e entrega emocional segue vivo dentro de cada um que teve o privilégio de conhecê-la. Que o Universo seja generoso e nos presenteie com um reencontro, no lugar onde seu espírito se mantém presente pela eternidade", disse a filha Gisele.
Alzilene nasceu em Salvador (BA) e faleceu em Salvador (BA), aos 56 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Alzilene, Gisele Conceição Valverde. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Raiane Cardoso, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 2 de janeiro de 2021.