1947 - 2021
Foi uma mulher de fibra, de princípios e atitudes que a faziam gigante, principalmente no coração.
A vida é imprevisível. Às vezes sorrateira e às vezes gratificante, como uma resposta a uma oração repetida incansáveis vezes. Assim foi a vida de Alzira, repleta de fases, dificuldades e superação.
Quando criança, órfã de pai, foi criada juntamente com os irmãos com grande dificuldade pela mãe. Parou de estudar muito cedo, pois o uniforme escolar, obrigatório, era caro para as condições da família.
Casou-se por duas vezes e foi mãe de sete filhos. Os filhos sempre foram o seu amor maior. Que exemplo de mãe e mulher ela foi!
Decidida, resolveu voltar a estudar e, como resultado do seu esforço, passou em um concurso público.
Tornou-se servidora pública, o que a enchia de orgulho, pois com essa conquista conseguiu mobiliar a casa e viver melhor junto aos filhos.
Trabalhava em uma escola e fazia amizades rápido, amizades duradouras e leves. Conseguia cativar as pessoas ao seu redor. Era muito amada no trabalho e admirada pelos alunos. Foi mãe, amiga e uma profissional incrível.
Alzira lutou até o fim, guerreira que enfrentava cada batalha da vida com a cabeça erguida, confiança e determinação no coração e sonhos que cabiam no peito.
Ah Alzira, a vida te fez forte, as dificuldades te lapidaram tal como uma pedra preciosa!
É como diz a canção “Saudade”, de Nelsinho Corrêa: "Só se tem saudade do que é bom, se chorei de saudade não foi por fraqueza, foi porque eu amei". Sem dúvida, Alzira foi muito amada e feliz. Hoje é uma memória boa na vida de quem a conheceu.
Alzira nasceu em Breves (PA) e faleceu em Macapá (AP), aos 73 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Alzira, Raylana Marreiros de Sousa. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Leiana Isis de Oliveira, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 29 de abril de 2021.