1928 - 2020
A chegada dessa avó, moderna e elegante, era sempre anunciada por seu inconfundível perfume.
Amariles foi uma linda e cheirosa flor-mulher, nascida às margens do Rio Amazonas. Viveu uma infância inocente e cheia de sonhos. Foi nas águas do rio que ela viu chegar, como comandante de um navio, aquele que seria o amor de sua vida. Não tardou para que o casamento se realizasse. Casada, mudou-se para Belém com o marido, com quem viveu por quarenta e seis anos, até sua partida, quando ficou viúva.
Foi mãe de três filhos e avó de dez netos, que lhe deram 12 bisnetos. Era considerada uma avó conselheira e moderna, sem preconceitos!
Exerceu sua fé no catolicismo. Fervorosa — é como a define a filha, Socorro. Era devota do Divino Pai Eterno, de Santa Rita e de Nossa Senhora de Nazaré.
Era daquelas pessoas que amava comemorar o próprio aniversário. E era conhecida por sua habilidade culinária, sendo considerada uma cozinheira de mão cheia.
Dela todos se lembram como uma mulher cheirosa e muito elegante, sendo inclusive bastante elogiada por isso. Gostava de andar sempre com o cabelo muito bem arrumado e as unhas feitas. Era uma pessoa culta, que gostava muito de ler, principalmente livros, sendo romances os seus preferidos. Lia também diariamente os jornais e andava tentando aprender a usar o “tablet".
Amariles era amor e cultivou esse sentimento. Como por um encanto das terras amazônicas deixou no ar o perfume da ternura. Será para sempre eternizada no coração de todos que amou e que a amavam.
Amariles nasceu em Urucurituba (AM) e faleceu em Belém (PA), aos 92 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Amariles, Maria do Socorro Carvalho. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Ana Clara Cavalcante, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 13 de maio de 2022.